segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A Idade Média







     A Idade Média começa com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e se encerrou com a tomada da capital do Império Bizantino, Constantinopla, pelos turco-otomanos, em 1453. Costuma ser dividida em duas partes: Alta e Baixa Idade Média.
     A Alta Idade Média estendeu-se do século V ao X. Foi época de consolidação, na Europa Ocidental, do feudalismo, sistema socioeconômico predominante na era medieval. No Oriente, porém, em vez da descentralização política feudal, o período foi marcado por dois fortes impérios: o Bizantino e o Árabe.
     A Baixa Idade Média vai do século XI até o fim do período medieval, no século XV. É quando o feudalismo chegou ao auge e entrou em decadência. Lentamente, ele começou a sofrer transformações que só se concluiriam na Idade Moderna, quando Seria substituído, no campo político, pelas monarquias nacionais e, no econômico, pelo sistema mercantilista.
     Por séculos, a Idade Média foi tida como uma época de insignificante desenvolvimento científico, tecnológico e artístico. Essa visão nasceu durante o Renascimento Cultural, no século XVI, quando o período medieval foi apelidado de "Idade das Trevas".
     Porém, a Idade Média foi responsável por importantes avanços, sobretudo no que diz respeito à produção agrícola: inventaram-se o moinho, a charrua (um arado mais eficiente) e técnicas de adubação e rodízio de terras. Outra herança medieval são as universidades, que começaram a surgir na Europa no século XIII. Além disso, desenvolveram-se importantes movimentos artísticos, como o românico e o gótico; viveram influentes filósofos, como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino; e, graças ao trabalho dos monges, preservou-se a cultura greco-romana, o que possibilitaria o surto de revalorização da Antiguidade Clássica ocorrido durante o Renascimento.




segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O Egito Antigo



                            



     Os antigos egípcios formaram uma civilização que começou a florescer no fim da Pré-História, às margens do rio Nilo, no desértico nordeste da áfrica, e estendeu-se até o fim da Antiguidade. A existência da Civilização só foi possível em razão das cheias periódicas do rio, que fertilizavam o solo, tornando-o próprio para agricultura. Heródoto já dizia que "o Egito é um presente do Nilo.". A história dos antigos egípcios é dividida em dois grandes períodos: o Pré-dinástico e o dinástico.
     No início da Antiguidade, a civilização egípcia via-se organizada em espécies de clãs denominados nomos, cujo líderes eram chamados de nomarcas. por volta de 3500 a.C., os nomos se agruparam formando dois reinos: um ao norte (Baixo Egito) e outro no sul (Alto Egito). Em 3200 a.C., o chefe do Alto Império, Menés, considerado o primeiro faraó egípcio, conquistou o Baixo Egito e unificou a região. Nesse momento iniciou-se o período dinástico.
     A era dos Faraós começou com o estabelecimento da monarquia teocrática: todo o poder político e religioso ficava concentrado no soberano, considerado um Deus vivo. Ele era o dono de todas as terras e ocupava o topo da pirâmide social, seguindo pela Nobreza, pelos artesãos e camponeses servos e pelos escravos. O período dinástico é dividido em três fases: o Antigo, Médio e Novo Império.
     O Antigo Império é marcado pela construção das grandes pirâmides de Gizé, erguidas pelos Faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, demonstrando seu poder monárquico. Porém, no fim do período, por volta de 2300 a.C., os nomarcas, antigos lideres dos clãs, voltaram a ganhar importância política. O poder se descentralizou e ocorreu uma série de revoltas sociais e lutas entre os líderes locais, comprometendo a economia do império.
     No médio Império, após intensos confrontos com os nomarcas, restabeleceu-se o poder dos faraós, e Tebas tornou-se a nova capital, substituindo Mênfis. Entretanto, os hicsos , estrangeiros asiáticos, começaram a se instalar no delta do Nilo e, por volta de 1750 a.C., munidos de carros de combate puxados por cavalos, novidades para a época, tomaram o poder do Império. Seguiram-se quase dois séculos de dominação estrangeira.
     No Novo Império, depois de finalmente expulsar os hicsos, os egípcios deram início à maior expansão territorial de sua história. Alguns dos Faraós mais importantes da época foram Tutmés III, que criou um exército permanente; Amenófis IV, que tentou diminuir o poder dos sacerdotes ao lançar uma reforma religiosa monoteísta; e Ramsés II, em cujo reinado o império viveu o auge militar, cultural e econômico. No fim do Novo Império, a monarquia foi conquistada pelos assírios. os egípcios chegaram a restabelecer o poder brevemente, mas não resistiram a invasão persa em 525 a.C., que selou definitivamente o fim de sua história independente na Antiguidade. Nos séculos seguintes, o território ainda seria ocupado por macedônios e romanos.  


domingo, 15 de janeiro de 2017

A Guerra dos Emboabas

 
   



    Foi uma disputa entre bandeirantes paulistas (homens livres e sem vínculo direto com a Coroa Portuguesa que, entre os séculos XVI e XVII, atuaram na captura de escravos fugitivos, aprisionamento de indígenas e outras tarefas relacionadas. Atuaram também na busca por ouro e pedras preciosas no Brasil), bandeirantes de outras províncias e as Entradas (forças, normalmente militares, financiadas pela Coroa portuguesa que tinham como missão desbravar territórios e principalmente descobrir pedras e metais preciosos) durante o período de 1708 - 1709
  A atração pelo ouro, encontrado no século XVII na região de Minas gerais, sobre europeus e colonos de outras províncias, levou a conflitos com seus descobridores, os bandeirantes paulistas. Apelidados de emboabas, palavra de origem indígena dada às aves que tinham penas até os pés e usada pelos paulistas no sentido de forasteiro, e sob liderança de Manuel Nunes Viana, alcunhado "governador das minas", enfrentaram os paulistas em vários combates. O mais marcante deles ocorreu no chamado "Capão da Traição", no qual 300 paulistas foram cercados pelos emboabas e massacrados, mesmo após terem se rendido.
  Em 1709, a fim de pacificar a região e melhorar sua administração, o governo português separou a capitania de São Paulo e Minas Gerais da Capitania do Rio de Janeiro. Rechaçados, os bandeirantes paulistas partiram em busca de ouro na direção dos atuais estados de Goiais e Mato Grosso. Alguns deles, enriquecidos com a exploração de ouro, retornaram para São Paulo, onde estabeleceram unidades de produção de gêneros de abastecimento para minas, integrando, dessa forma, a economia paulista à mineira.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O Emergir do Iluminismo

    



   O auge do absolutismo no século XVIII significou também o ponto máximo de suas contradições. Assim, as tensões envolvendo os monarcas, a nobreza e a burguesia culminaram em uma verdadeira situação pré-revolucionária na Europa. De fato, a partir do final do século, a burguesia equipou-se com armas teóricas que serviriam para questionar o poder dos reis absolutistas, justificar a revolução e criar uma nova ordem política. Iluminismo é o nome dado à ideologia que foi sendo desenvolvida e incorporada pela burguesia a partir das lutas revolucionárias do final do século XVIII.
    Suas origens, todavia, já se encontravam no século XVII, nos trabalhos e reflexões de precursores, como o francês René Descartes, que lançou as bases do racionalismo como a única fonte de conhecimento. Acreditava na existência de uma verdade absoluta, incontestável. Para atingi-la, desenvolveu o método da dúvida, que consistia em questionar todas as teorias ou idéias preexistentes. Com o tempo, convenceu-se de que a única verdade possível era sua capacidade de duvidar, reflexo da sua capacidade de pensar. Assim, a verdade absoluta estaria sintetizada na fórmula "eu penso", a partir da qual conclui sua própria existência. Sua teoria passou a ser resumida na frase: "penso, logo existo".
    Os trabalhos do inglês Isaac Newton no campo da física colaboraram para afastar a crença em uma interferência divina no universo, confirmando as concepções deístas de Descartes. Isso representou um avanço espetacular no que se referia à interpretação do mundo natural baseada na razão. De fato, Newton interpretava as leis da natureza e as expressava de forma matemática, sugerindo a possibilidade de que houvesse também leis que governassem a sociedade.
    Entretanto, somente com o inglês John Locke é que foram lançadas as bases da investigação das leis da sociedade, sendo, por isso, considerado o responsável pelos princípios da filosofia política iluminista. Locke foi o autor do segundo tratado sobre o governo civil, obra na qual defendia a ideia de que os homens são portadores de direitos naturais, como a vida, a liberdade e a propriedade. Para garantir que todos os indivíduos usufruíssem de seus direitos, os homens criaram os governos.
    Por meio do consentimento da maioria, o governante recebia a autoridade e o dever de garantir os direitos das pessoas. Seria um contrato entre governante e governados, a principio como também havia proposto Hobbes. No entanto, ao contrário do que este propunha, se o governante rompesse o contrato, utilizando os poderes delegados pele sociedade para obter vantagens particulares, a sociedade teria o direito de derruba-lo. 
    Surgia, assim, um verdadeiro princípio revolucionário por trás de toda a teoria política de Locke, que, dessa forma, rejeitava o absolutismo. Outros teóricos importantes também fizeram parte deste movimento, Voltaire, Montesquieu, Rousseau defenderam, dentro de suas áreas, o Iluminismo.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Curiosidades: Cachaça, Pinga ou Água Ardente



A cachaça é genuinamente nacional. Sua história remonta ao tempo da escravidão quando os escravos trabalhavam na produção do açúcar da cana de açúcar. O método já era conhecido e consistia em se moer a cana, ferver o caldo obtido e, em seguida deixá-lo esfriar em fôrmas, obtendo a rapadura, com a qual adoçavam as bebidas.
Ocorre que, por vezes, o caldo desandava e fermentava, dando origem a um produto que se denominava cagaça e era jogado fora, pois não prestava para adoçar. Alguns escravos tomavam esta beberagem e, com isso, trabalhavam mais entusiasmados. Em algum momento os escravos misturaram um melaço velho e fermentado com um melaço fabricado no dia seguinte. Nessa mistura, acabaram fazendo com que o álcool presente no melaço velho evaporasse e formasse gotículas no teto do engenho. Na medida em que o liquido pingava em suas cabeças e iam até a direção da boca, os escravos experimentavam a bebida que teria o nome de “pinga”.
      Nessa mesma situação, a cachaça que pingava do teto atingia em cheio os ferimentos que os escravos tinham nas costas, por conta das punições físicas que sofriam. O ardor causado pelo contato dos ferimentos com a cachaça teria dado o nome de “aguardente” para esse mesmo derivado da cana de açúcar.
Os senhores de engenho por vezes estimulavam aos seus escravos, mas a corte portuguesa, vendo nisto uma forma de rebelião, proibia que a referida bebida fosse dada aos negros, temendo um levante.
Com o tempo esta bebida foi aperfeiçoada, passando a ser filtrada e depois destilada, sendo muito apreciada em épocas de frio. O processo de fermentação com fubá de milho remonta aos primórdios do nascimento da cachaça e permanece até hoje com a maior parte dos produtores artesanais.