A cachaça é genuinamente
nacional. Sua história remonta ao tempo da escravidão quando os escravos
trabalhavam na produção do açúcar da cana de açúcar. O método já era conhecido
e consistia em se moer a cana, ferver o caldo obtido e, em seguida deixá-lo
esfriar em fôrmas, obtendo a rapadura, com a qual adoçavam as bebidas.
Ocorre que, por vezes, o caldo desandava e fermentava, dando
origem a um produto que se denominava cagaça e era jogado fora, pois não
prestava para adoçar. Alguns escravos tomavam esta beberagem e, com isso,
trabalhavam mais entusiasmados. Em algum momento os escravos misturaram um
melaço velho e fermentado com um melaço fabricado no dia seguinte. Nessa
mistura, acabaram fazendo com que o álcool presente no melaço velho evaporasse
e formasse gotículas no teto do engenho. Na medida em que o liquido pingava em
suas cabeças e iam até a direção da boca, os escravos experimentavam a bebida
que teria o nome de “pinga”.
Nessa mesma situação, a cachaça que pingava do
teto atingia em cheio os ferimentos que os escravos tinham nas costas, por
conta das punições físicas que sofriam. O ardor causado pelo contato dos
ferimentos com a cachaça teria dado o nome de “aguardente” para esse mesmo
derivado da cana de açúcar.
Os senhores de engenho por vezes estimulavam aos seus escravos,
mas a corte portuguesa, vendo nisto uma forma de rebelião, proibia que a
referida bebida fosse dada aos negros, temendo um levante.
Com o tempo esta bebida foi aperfeiçoada, passando a ser filtrada
e depois destilada, sendo muito apreciada em épocas de frio. O processo de
fermentação com fubá de milho remonta aos primórdios do nascimento da cachaça e
permanece até hoje com a maior parte dos produtores artesanais.
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