O auge do absolutismo no século XVIII significou também o ponto máximo de suas contradições. Assim, as tensões envolvendo os monarcas, a nobreza e a burguesia culminaram em uma verdadeira situação pré-revolucionária na Europa. De fato, a partir do final do século, a burguesia equipou-se com armas teóricas que serviriam para questionar o poder dos reis absolutistas, justificar a revolução e criar uma nova ordem política. Iluminismo é o nome dado à ideologia que foi sendo desenvolvida e incorporada pela burguesia a partir das lutas revolucionárias do final do século XVIII.
Suas origens, todavia, já se encontravam no século XVII, nos trabalhos e reflexões de precursores, como o francês René Descartes, que lançou as bases do racionalismo como a única fonte de conhecimento. Acreditava na existência de uma verdade absoluta, incontestável. Para atingi-la, desenvolveu o método da dúvida, que consistia em questionar todas as teorias ou idéias preexistentes. Com o tempo, convenceu-se de que a única verdade possível era sua capacidade de duvidar, reflexo da sua capacidade de pensar. Assim, a verdade absoluta estaria sintetizada na fórmula "eu penso", a partir da qual conclui sua própria existência. Sua teoria passou a ser resumida na frase: "penso, logo existo".
Os trabalhos do inglês Isaac Newton no campo da física colaboraram para afastar a crença em uma interferência divina no universo, confirmando as concepções deístas de Descartes. Isso representou um avanço espetacular no que se referia à interpretação do mundo natural baseada na razão. De fato, Newton interpretava as leis da natureza e as expressava de forma matemática, sugerindo a possibilidade de que houvesse também leis que governassem a sociedade.
Entretanto, somente com o inglês John Locke é que foram lançadas as bases da investigação das leis da sociedade, sendo, por isso, considerado o responsável pelos princípios da filosofia política iluminista. Locke foi o autor do segundo tratado sobre o governo civil, obra na qual defendia a ideia de que os homens são portadores de direitos naturais, como a vida, a liberdade e a propriedade. Para garantir que todos os indivíduos usufruíssem de seus direitos, os homens criaram os governos.
Por meio do consentimento da maioria, o governante recebia a autoridade e o dever de garantir os direitos das pessoas. Seria um contrato entre governante e governados, a principio como também havia proposto Hobbes. No entanto, ao contrário do que este propunha, se o governante rompesse o contrato, utilizando os poderes delegados pele sociedade para obter vantagens particulares, a sociedade teria o direito de derruba-lo.
Surgia, assim, um verdadeiro princípio revolucionário por trás de toda a teoria política de Locke, que, dessa forma, rejeitava o absolutismo. Outros teóricos importantes também fizeram parte deste movimento, Voltaire, Montesquieu, Rousseau defenderam, dentro de suas áreas, o Iluminismo.
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