A Guerrilha do Caparaó foi um importante movimento armado de contestação ao regime militar no Brasil. Com a ascensão do governo ditatorial militar no Brasil em 1964, formaram-se vários grupos de contestação ao regime. Geralmente, esses grupos eram dotados de referências que seguiam a ideologia socialista. Na ocasião, o mundo encontrava-se polarizado entre capitalismo e socialismo no embate conhecido como Guerra Fria. O governo brasileiro havia assumido uma posição clara de alinhamento com o capitalismo estadunidense e de oposição às manifestações orientadas pela ideologia socialista.
Um dos grupos de contestação ao regime vigente na década de 1960 foi o chamado Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR). A origem deste movimento aconteceu em Montevidéu, capital do Uruguai, local onde os militantes receberam apoio financeiro de Cuba, único país das Américas alinhado com o socialismo soviético na época. Uma importante figura nessas negociações de apoio foi o político brasileiro Leonel Brizola, que recebeu sustento de alguns ex-militares brasileiros. Esse relacionamento entre o MNR e o governo cubano funcionou muito bem durante algum tempo, porém Cuba preferiu apoiar o militante revolucionário Carlos Marighella, suspendendo a ligação com o MNR.
O Movimento Nacionalista Revolucionário foi responsável por articular a Guerrilha do Caparaó. A ação foi coordenada para ocorrer na serra do Caparaó, localizada na divisa dos estados de Minas Gerais com Espírito Santo, tendo como inspiração o modelo de guerrilha que havia sido praticado em Sierra Maestra. O movimento ocorreu no Brasil entre 1966 e 1967. Inicialmente, a guerrilha era financiada pelo governo cubano, mas com a suspensão do auxílio, seus integrantes passaram a enfrentar dificuldades agudas. Foi preciso começar a roubar e abater animais variados para alimentação, chamando, assim, a atenção da polícia. Os serviços de inteligência do governo investigaram a fundo o movimento e o repreenderam no ano de 1967 através da ação da Polícia Militar de Minas Gerais. Quando o governo brasileiro agiu, os guerrilheiros já estavam em posição desfavorável e, praticamente, não foi necessário disparar nenhum tiro. Os vinte guerrilheiros foram aprisionados facilmente e alguns moradores da região também foram levados para investigação. Com a desarticulação a guerrilha, as Forças Armadas brasileiras tentaram criar a imagem de criminosos comuns, desqualificando os guerrilheiros como revolucionários. Entretanto a polícia mineira provou que se tratavam de ex-militares. O exército e as Forças Aéreas se uniram, então, em uma grande operação para caçar outros guerrilheiros que pudessem ter restado escondidos na serra. Ninguém foi encontrado, mas a operação foi uma grande demonstração de poder do exército brasileiro para desencorajar outros grupos revolucionários espalhados pelo país.
A Guerrilha do Caparaó acabou antes mesmo de entrar em ação efetiva. Os guerrilheiros permaneceram por meses na Serra do Caparaó desenvolvendo treinamento financiado por Cuba. As dificuldades enfrentadas com o fim do financiamento cubano deixou os guerrilheiros em situações complicadas e a população, assustada, denunciou o movimento.
Totalitarismo é um sistema de governo em que todos os poderes ficam concentrados nas mãos do governante. Desta forma, no regime totalitário não há espaço para a prática da democracia, nem mesmo a garantia aos direitos individuais.
No regime totalitário, o líder decreta leis e toma decisões políticas e econômicas de acordo com suas vontades. Embora possa haver sistema judiciário e legislativo em países de sistema totalitário, eles acabam ficando às margens do poder.
Outras características dos regimes totalitários:
-Uso excessivo de força militar como forma de reprimir qualquer tipo de oposição ao governo;
-Falta de eleições ou, quando ocorrem, são manipuladas;
-Censura e controle dos meios de comunicação (revistas, jornais, rádio);
-Propaganda governamental como forma de exaltar a figura do líder.
Exemplos
Como exemplos de totalitarismo, podemos citar os regimes nazista e fascista que vigoraram em alguns países da Europa (Itália, Alemanha, Espanha e Portugal) durante as décadas de 1930 a 1940.
Antes do início do conflito, muitos sírios se queixavam de um alto nível de desemprego, corrupção em larga escala, falta de liberdade política e repressão pelo governo Bashar al-Assad - que havia sucedido seu pai, Hafez, em 2000. Em março de 2011, adolescentes que haviam pintado mensagens revolucionárias no muro de uma escola na cidade de Deraa, no sul do país, foram presos e torturados pelas forças de segurança. O fato provocou protestos por mais liberdades no país, inspirados na Primavera Árabe - manifestações populares que naquele momento se estendiam pelos países árabes. Após seis anos de conflito, ainda não é possível ver uma luz no fim do túnel na Síria Quando as forças de segurança sírias abriram fogo contra os ativistas - matando vários deles -, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saída de Assad. A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a determinação dos manifestantes. No fim de julho de 2011, centenas de milhares saíram às ruas em todo o país exigindo a saída de Assad.
À medida que os levantes da oposição aumentavam, a resposta violenta do regime se intensificava. Simpatizantes do grupo antigoverno começaram a pegar em armas - primeiro para se defender e depois para expulsar as forças de segurança de suas regiões. Assad prometeu "esmagar" o que chamou de "terrorismo apoiado por estrangeiros" e restaurar o controle do Estado. A violência rapidamente aumentou no país: grupos rebeldes se reuniram em centenas de brigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle das cidades e vilarejos. Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo. O conflito já havia, então, se transformado em mais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornos de guerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauítas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente. Homs, chamada de 'capital da revolução', foi uma das cidades que mais sofreram. Isto arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão. Em junho de 2013, as Nações Unidas informaram que o saldo de mortos já chegava a 90 mil pessoas.
A rebelião armada da oposição evoluiu significativamente desde suas origens. O número de membros da oposição moderada secular foi superado pelo de radicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda. Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra. Também combatem o Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria. Desde 2014, os EUA, junto com o Reino Unido e a França, realizam bombardeios aéreos no país, mas procuram evitar atacar as forças do governo sírio. Já a Rússia lançou em 2015 uma campanha aérea com o fim de "estabilizar" o governo após uma série de derrotas para a oposição. A intervenção russa possibilitou vitórias significativas das forças sírias. A maior delas foi a retomada da cidade de Aleppo, um dos principais redutos dos grupos de oposição, em dezembro de 2016. Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados têm procurado controlar o fluxo de armas por medo de que acabem indo parar nas mãos de grupos jihadistas.
Na era Obama, os Estados Unidos culpavam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no conflito e exigiam que ele deixasse o poder como pré-condição para a paz. Trump, por sua vez, dizia que derrubar o presidente sírio não era uma prioridade, mas sim derrotar o Estado Islâmico - e que Assad era um aliado nessa batalha. Após o aparente ataque químico ocorrido na última terça, porém, seu discurso mudou. Já a Rússia apoia a permanência de Assad no poder, o que é crucial para defender os interesses de Moscou no país. O Irã, de maioria xiita, é o aliado mais próximo de Bashar al-Assad. A Síria é o principal ponto de trânsito de armamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou milhares de combatentes para apoiar as forças sírias. Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhões de dólares para fortalecer as forças sírias, provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo. Contrapondo-se à influência do Irã, a Arábia Saudita, principal rival de Teerã na região, tem enviado importante ajuda militar para os rebeldes, inclusive para grupos radicais. Outro aliado importante dos rebeldes sírios, a Turquia tem buscado limitar o apoio dos EUA às forças curdas, que acusam de apoiar rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). Os rebeldes da oposição síria têm ainda atraído apoio em várias medidas de outras potências regionais, como Catar e Jordânia.
Um fator chave é a intervenção de potências regionais e internacionais. Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síria em campo para uma guerra indireta. A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcial em relação às questões religiosas). As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou atrocidades de ambas as partes, não apenas causando a perda de vidas, mas a destruição de comunidades, afastando a esperança de uma solução pacífica. Rebeldes da oposição moderada têm recebido ajuda limitada de potências ocidentais A escalada de terror causada por grupos jihadistas como o EI - que aproveitou a fragilidade do país para tomar o controle de vastas partes de território no norte e leste - acrescentou outra dimensão ao conflito.
O enviado da ONU para a Síria, Steffan de Mistura, estimou que a guerra já matou 400 mil pessoas. Para a organização Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediada em Londres, até setembro a cifra de mortos passava de 465 mil. Já o Centro Sírio para Pesquisa de Políticas, outro grupo de estudos, calcula que o conflito já tenha causado a morte de mais de 470 mil pessoas. Não há cifras confiáveis para estabelecer o número de mortos no conflito sírio. Segundo a ONU, até fevereiro de 2016 mais de 5 milhões de pessoas haviam fugido do país - a maioria mulheres e crianças. O êxodo de refugiados, um dos maiores da história recente, colocou sob pressão os países vizinhos - Líbano, Jordânia e Turquia. Cerca de 10% deles buscam asilo na Europa, provocando divisões entre os países do bloco europeu sobre como dividir essas responsabilidades. Quase metade de população síria - 23 milhões antes do conflito - foi deslocada pela guerra E as estatísticas terríveis não param por aí. A ONU disse que são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda humanitária a 13,5 milhões de pessoas - incluindo seis milhões de crianças - no país. Além disso, 70% da população não tem acesso a água potável, uma em cada três pessoas não consegue suprir as necessidades alimentares básicas, mais de 2 milhões de crianças não vão à escola e uma em cada cinco indivíduos vive na pobreza. As partes em conflito têm complicado ainda mais a situação ao recusar o acesso das agências humanitárias aos necessitados.
No século XVIII, a ascensão da
economia mineradora trouxe um intenso processo de criação de centros urbanos
pela colônia acompanhada pela formação de camadas sociais intermediárias. Os
filhos das elites mineradoras, buscando concluir sua formação educacional, eram
enviados para os principais centros universitários europeus. Nessa época, os
ideais de igualdade e liberdade do pensamento iluminista espalhavam-se nos
meios intelectuais da Europa.
Na segunda metade do século
XVIII, a economia mineradora dava seus primeiros sinais claros de
enfraquecimento. O problema do contrabando, o escasseamento das reservas
auríferas e a profunda dependência econômica fizeram com que Portugal aumentasse
os impostos e a fiscalização sobre as atividades empreendidas na colônia. Entre
outras medidas, as cem arrobas de ouro anuais configuravam uma nova modalidade
de cobrança que tentava garantir os lucros lusitanos.
No entanto, com o progressivo
desaparecimento das regiões auríferas, os colonos tinham grandes dificuldades
em cumprir a exigência estabelecida. Portugal, inconformado com a diminuição
dos lucros, resolveu empreender um novo imposto: a derrama. Sua cobrança
serviria para complementar os valores das dívidas que os mineradores acumulavam
junto à Coroa. Sua arrecadação era feita pelo confisco de bens e propriedades
que pudessem ser de interesse da Coroa.
Esse imposto era extremamente
impopular, pois muitos colonos consideravam sua prática extremamente abusiva.
Com isso, as elites intelectuais e econômicas da economia mineradora,
influenciadas pelo iluminismo, começaram a se articular em oposição à dominação
portuguesa. No ano de 1789, um grupo de poetas, profissionais liberais,
mineradores e fazendeiros tramavam tomar controle de Minas Gerais. O plano
seria colocado em prática em fevereiro de 1789, data marcada para a cobrança da
derrama.
Aproveitando da agitação contra
a cobrança do imposto, os inconfidentes contaram com a mobilização popular para
alcançarem seus objetivos. Entre os inconfidentes estavam poetas como Claudio
Manoel da Costa e Tomas Antonio Gonzaga; os padres Carlos Correia de Toledo, o
coronel Joaquim Silvério dos Reis; e o alferes Tiradentes, um dos poucos
participantes de origem popular dessa rebelião. Eles iriam proclamar a
independência e a proclamação de uma república na região de Minas.
Com a aproximação da cobrança
metropolitana, as reuniões e expectativas em torno da inconfidência tornavam-se
cada vez mais intensas. Chegada a data da derrama, sua cobrança fora revogada
pelas autoridades lusitanas. Nesse meio tempo, as autoridades metropolitanas
estabeleceram um inquérito para apurar uma denúncia sobre a insurreição na
região de Minas. Através da delação de Joaquim Silvério dos Reis, que denunciou
seus companheiros pelo perdão de suas dívidas, várias pessoas foram presas
pelas autoridades de Portugal.
Tratando-se de um movimento
composto por influentes integrantes das elites, alguns poucos denunciados foram
condenados à prisão e ao degredo na África. O único a assumir as
responsabilidades pela trama foi Tiradentes. Para reprimir outras possíveis
revoltas, Portugal decretou o enforcamento e o esquartejamento do inconfidente
de origem menos abastada. Seu corpo foi exposto nas vias que davam acesso a
Minas Gerais. Era o fim da Inconfidência Mineira.
Portanto, mesmo tendo caráter separatista, os inconfidentes impunham limites ao seu próprio projeto.
Não pretendiam dar fim à escravidão africana e não possuíam algum tipo de ideal
que lutasse pela independência da “nação brasileira”. Dessa forma, podemos ver
que a inconfidência foi um movimento restrito e incapaz de articular algum tipo
de mobilização que definitivamente desse fim à exploração colonial lusitana.