sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A Crise Religiosa do Séc. XII.

Resultado de imagem para igreja seculo xiiCom inicio em fins do séc. XI e desenvolvendo-se por todo o séc. XII, verificou-se uma mudança nítida da ênfase religiosa. Acentuava-se agora a importância de um ingresso evangélico no mundo.  A igreja a influenciar o mundo, organizando-o e conduzindo-o à salvação. Essa mudança foi considerada a crise religiosa do séc. XII.
Nesse estudo reavivado do evangelho os cristãos se tornaram coletivamente do mundo que os rodeava e procuraram racionaliza-lo.
O pecado deixaria de ser uma questão de ações externas com contra ações de penitencia, mas passava também a ser contrição interior do foro intimo de cada um, essa espiritualidade a corresponder aos desenvolvimentos agrários e urbanos no sentido da expansão da Europa, que estavam também a verificar-se em diferentes esferas do séc. XII.


Raízes da crise
O período antes e depois do papa Gregório VII foi destinado a reformar a igreja e esclarecer seu papel no Império. A Igreja tornara-se negligente e mundana, reinava abusos dos clérigos, e leigos importantes da Igreja.
A diferença entre a verdadeira igreja primitiva e a elaborada maquinaria administrativa montada para o fortalecimento do poder papal era tão grande que dava lugar a que estivessem sempre em oposição direta. Tornando difícil dissimular essa disparidade. E deixou de poder ser contida quando o papado progrediu mais no sentido da eficiência administrativa do que no campo apostólico. Que no somatório viria a desenvolver o seu papel na crise do séc. XII.
A reforma que corrigiu os abusos do séc. XI já não era suficiente, sendo necessário a cada vez mais novas reformas.
Talvez o aumento da população, o crescimento das cidades, o numero crescente de oficiais, a diminuição da importância dos rituais e a mudança na aceitação da obediência a autoridade desempenharam a sua parte na formulação da crise religiosa.

Reagindo à crise - a vita apostólica

Floresce a tentativa de um retorno ao exemplo de cristo e dos apóstolos. Com o texto de atos que os apóstolos viviam fraternalmente, em que tudo o que possuíam era comum, exigindo testemunho de fé, amor fraternal, pobreza e bem - aventurança.
A vita apostólica e sua aplicação ajudaram a formular um ideal de vida cristã e os termos em que ela era vivida. O homem comum voltava a ganhar importância e ajudaria a espalhar a palavra de Deus tal como nos tempos apostólicos.

Reagindo à crise – monasticismo

O sistema monástico passou a ser considerada a verdadeira vida comunitária, porém não se adequava a condição de cristão – novo na sociedade. O seu principal valor para a comunidade era a sua função intermediaria.
Os monges sustentavam que a verdadeira vida apostólica era a deles. Falavam do monarquismo como o “caminho mais certo para o Céu”, já no fim do séc. XII muita gente não aceitava isso como certo.

Reagindo a crise - a Igreja secular

As reformas no inicio desse período investiram no sentido de haver conformidades eclesiásticas com os padrões da vida monástica. O celibato era essencial para essa finalidade. Seguiu-se um decréscimo daquele sentido de total comunhão de fé que se esperava que a Igreja proporcionasse.

Reagindo à crise - o avolumar da religiosidade laica

Um avolumar de leigos que proclamavam o valor absoluto e literal dos evangelhos.  Todas as classes estavam representadas nesse grupo, atraídos a dar expressão a um novo estilo de vida através de seu testemunho pessoal.
A pregação era uma questão central, seguiu-se um declínio no significado do clero, acompanhada por uma aceitação crescente dos leigos. A fundação das ordens mendicantes consagrou o evangelismo e a Igreja, o estudo da bíblia formando a liturgia da igreja. Com esse reconhecimento a igreja se esforçava em solucionar o surgimento apostólico que acabasse por rejeitar as normas estabelecidas.

Reagindo à crise – perigo da heresia

O perigo de interpretações erradas exigia coisas como evitar a blasfêmia e o juramento, com muitas dessas ideias podiam ser levadas ao extremo. Leigos que haviam conseguido a liberdade evangélica podiam abusar dela.
Para limitar este perigo, a igreja tinha como objetivo estabelecer a ligação com a autoridade para confessar e para ministrar a penitencia. Na questão da heresia, o que se considerava era a obediência, embora existisse diferença entre doutrina e interpretação.
      Era possível detectar um conflito entre o anticlericalismo e a vontade de fazer o que a Igreja desejava. Inocêncio II chamou para si a responsabilidade de tornar clara a distinção para evitar divisões prejudiciais. Essa distinção permitia que aqueles que fossem autorizados pela Igreja dessem testemunho de fé e pregassem. O quadro em que estas crenças se manifestavam tivesse sofrido uma evolução que refletisse não só o despertar espiritual da vita apostólica como também a autoridade da igreja.


Um comentário: