sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A Guerra dos Mascates

    



   A expulsão dos holandeses do Nordeste e a consequente decadência da economia açucareira, após a descoberta de ouro nas Minas gerais, haviam lançado a aristocracia rural da vila pernambucana de Olinda em dificuldades econômicas. Entretanto, ainda controlava a vida política da capitania, por meio de sua câmara municipal, à qual estava submetido o povoado de Recife.
    Enquanto Olinda mantinha seu predomínio político, Recife tornava-se o principal centro econômico de Pernambuco, com o intenso comércio exercido pelos portugueses, apelidados de mascates. Os comerciantes, que tinham grandes lucros com sua atividade, passaram também a emprestar dinheiro a juros altos aos olindenses em dificuldades.
    A emancipação de recife, em 1709, obtida devido à pressão dos comerciantes portugueses e que lhe dava o estatuto de vila independente, revoltou os olindenses e deu início à Guerra dos Mascates. Os principais envolvidos no conflito foram presos pelo governador pernambucano nomeado pela Coroa um ano depois, Félix José Machado, que manteve a autonomia de Recife (transformada no ano seguinte em sede administrativa de Pernambuco). 

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Uma Breve História sobre a Saúde Pública no Brasil

    
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    Logo após a ascensão do Governo Provisório algumas medidas em relação à saúde pública foram tomadas. Apesar de muitas coisas terem sido mantidas como eram no período da “primeira republica”, as mudanças, que já estiveram em pauta algumas vezes no parlamento brasileiro antes da revolução de 1930, começaram a ser discutidas e implantadas como política. A ideia de um Estado centralizado e forte fez com que mudanças fossem implantadas para que fizessem jus a nova política proposta por Vargas, centralizadora e de modernização. Neste contexto, na década de 1930, ocorre a criação do Ministério da Educação e Saúde, onde pela primeira vez é criado uma pasta para a Saúde no Governo Federal. No inicio, a criação do referido Ministério não trouxe mudanças significativas na Saúde Pública, a priori, significou apenas a incorporação de um departamento já existente: o DNSP – Departamento Nacional de Saúde Pública, que foi criado em 1920.
    Nos quatro primeiros anos do incipiente Ministério da Educação e Saúde, alguns nomes assumiram a pasta ministerial, foram eles: Francisco Campos, Belisário Penna e Washington Pires. Sabendo que estes nomes ocuparam a referida Pasta antes do nome que traria a “significativa” mudança no setor, Gustavo Capanema. Este ocupou o cargo de 1934 até 1945 e, apesar de não ter ocorrido mudanças na parte operacional do setor, ou seja, parte que lida diretamente com a população, proporcional condições para que, no futuro isso viesse ocorrer. Suas mudanças foram impares e importantíssimas para o que viria ser a política nacional de saúde ( PNS ). Capanema definiu rumos para a política de saúde pública reformulando e consolidando a estrutura administrativa e adequando-a aos princípios básicos que haviam definido a política social do Estado Novo. Foi a partir destas reformas realizadas por Capanema que o ministério passou a ser chamado de “ Ministério da Educação e Saúde”. 
    O combate as doenças infecciosas (febre amarela, hanseniase, tuberculose, etc)  eram a prioridade e se estenderam ate o campo com a Diretoria dos Serviços de Profilaxia Rural ( DSPR), em convenio com os estados o Governo Federal promoveu políticas para saneamento e combate as endemias. Boa parte do capital dos investimentos para a política de saúde pública de Capanema vieram dos E.U.A, o que proporcionou a concretização das aspirações políticas e de reformas.
   Toda esta trajetória histórica foi co-responsável  pela criação e implantação do Ministério da Saúde em 1953. A criação do ministério da saúde foi outro marco na política nacional e mais uma vez produzida por Vargas. Com a criação deste Ministério, pela primeira vez, a Saúde Pública, teve uma pasta só para si e isto começou com as políticas e mudanças administrativas que se iniciaram com Capanema em 1934. O DNS foi incorporado pela política e reformas administrativas realizada por Capanema, assim como, o Ministério da Saúde foi criado separando a pasta do Ministério da Educação. Desta forma, fica claro que a criação do Ministério da Saúde em 1953 esta diretamente ligada a esta trajetória política que Gustavo Capanema, quando no comando do Ministério da Educação e Saúde, realizou.
    A criação do Ministério da Saúde, apesar de ter sido realizada em 1953, não foi pensada em seu tempo. Esta intenção ocorreu ainda na década de 1920, contudo, foi bloqueado no congresso nacional pela elite fundiária que entendia ser um problema para eles, uma vez que o Governo Federal poderia tomar para si a responsabilidade pelo setor e tirando das mãos dos Municípios e Estados tal responsabilidade. Já na década de 1930 Capanema traz de volta tal intenção e dentro das políticas e reformas administrativas que realizou, cria o Ministério da Educação e Saúde. O primeiro Governo Vargas tinha uma política centralizadora e a criação do MASP estava diretamente ligada a tal política. É fato que as intervenções de Capanema na saúde estavam ligadas a política do período, contudo, existia também o ideal de melhorar as condições da saúde publica nacional. O fato de Vargas ter uma política de aproximação dos trabalhadores mantinha o interesse em se fazer um ministério que aumentasse esta vinculação e assim valorizar a política varguista.




quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Argentina: de 1870 à 1930



    
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    Na década de 1870 a Argentina impressionava pela sua arquitetura e regiões como os pampas. Buenos Aires era a região mais urbanizada e logicamente na qual se instalava o centro administrativo argentino. Neste período, na faixa costeira do estuário do Prata e do Paraná, era praticada a principal atividade comercial do período. Isso fez com que Buenos Aires se tornasse cada vez mais importante na qualidade de centro comercial e urbano na Argentina. Essa principal atividade comercial era o gado. Negócio que não exigia muito capital de investimento e não solicitava grande mão de obra.
    No decorrer do século XIX a argentina aumentou gradualmente seus lucros com o comercio envolvendo o gado. Com isso surge a visão de investimentos em outras áreas, um exemplo disso foi a criação de ovelha para a obtenção de lã. Durante toda a evolução comercial argentina o gado foi o “protagonista” da economia, contudo, além da produção de lã, a argentina mantinha em paralelo a criação de gado uma agricultura estável e produtiva.
    O gado estruturou a economia argentina na exportação de charque. Desta forma, os outros cortes passaram a ser usados no consumo interno. Isso fez acelerar não só o comercio externo, como manteve viva a atividade comercial interna.
    Um fator de grande problema a produção argentina foi a questão das terras. Com o grande crescimento comercial e a importação de charque absorvendo toda a produção, a Argentina se viu com pouco espaço produtivo e iniciou-se uma reestruturação da produção agrícola e pecuária, visando assim um aumento de matéria prima e uma grande e favorável expansão territorial. Com a expansão territorial estruturada o problema migrou para outra questão. Com uma grande produção e um mercado cada vez mais solícito a escassez de mão de obra surge e deixa a produção comprometida. Como saída estratégica a Argentina lança mão da mão de obra imigrante e inicia uma política de imigração para o trabalho agropecuário. Com o trabalho imigrante já ocorrendo o governo se preocupa com um dado alarmante. Já em 1914 existiam mais homens na força de trabalho imigrantes do que argentinos. Com isso fica claro que a grande influencia imigrante na força de trabalho contribuiu para uma relativa mudança no cenário socioeconômico argentino, com contribuição direta no aumento populacional, na oferta sempre em ascensão de mão de obra para o mercado de trabalho e nas técnicas implantadas na produção. Com isso ocorre neste setor uma variação de perfil do trabalhados, mesclando migração X mão de obra se obteve novas formas produtivas. De maneira lógica percebe-se que o aumento da oferta de mão de obra esta diretamente relacionado ao aumento da importação, assim, pode-se dizer que a “fama” da produção e comércio argentino fez aumentar a demanda de mão de obra imigrante.
    Durante este processo observa-se que enquanto fazendeiros lucravam alto, os trabalhadores não recebiam “ um quinhão” proporcional ao aumento dos lucros. Ou seja, trabalho tinha, mais também tinha muita mão de obra. O que fez banalizar a mão de obra derrubando os salários. Isso sem contar que com tanta imigração e o aumento relativo da população, tanto por imigrantes como por natalidade, começa a ter um grande número de pessoas desempregadas, diminuindo com isso o poder de compra e gerando problemas como o aumento da inflação. Os produtores não abriam mão dos seus negócios mantendo. Com isso ocorre um aumento dos preços dos produtos internos e mantendo o valor nos produtos exportados. Isso contribuiu ainda mais para prejudicar a questão econômica e social na Argentina.
    Neste período a economia argentina era primitiva, por isso o capital era escasso. Esse dado permite entender a dependência do pais frente a Inglaterra. Quase todo foco de operações bancárias era o comércio. A Argentina garantiu o investimento no comércio com fundos vindos da Inglaterra. Contudo, não é correto mencionar que todo capital foi de origem estrangeira. O capital interno também desempenhou um papel relevante no melhoramento de terra e de gado, assim como, na urbanização da capital.
    A construção econômica da argentina se dividiu em três períodos: o primeiro período começa com o término da crise de 1873 – 1876 e que alcança seu melhor momento com o “crash” 1890, apesar de recessão o período também teve uma grande expansão econômica. O segundo período tem seu inicio em 1890 e acaba na segunda metade desta mesma década, teve um período de depressão. E no final, o terceiro período teve uma grande expansão econômica também, se mantendo ate 1912. Como toda evolução econômica, problemas ocorreram com a moeda argentina necessitando de intervenções políticas para contornar a situação. Com isso dividas foram formadas chegando a um montante de 100 milhões de pesos em 1885 e 300 milhões de peso em 1892. Fato preocupante e que refletiu na economia argentina promovendo um déficit econômico importante. O ano de 1891 foi considerado o auge da crise financeira do período. Mesmo em crise alguns setores continuaram crescendo, um exemplo foi o setor de construção civil. Este não dependia dos insumos importados e por isso se manteve em alta.
    O período de 1900 a 1912 teve dois fatores fundamentais: a produção de cereais e o aumento do valor da carne na exportação. Isso promoveu inúmeros investimentos nos setores e uma inovação tecnológica se viu implantada, o transporte refrigerado da carne, item que se tornou diferencial e procedimento chave na logística de distribuição dos cortes de gado. Outro surgimento logístico tecnológico foi a utilização de ferrovias como escoamento de mercado foi fundamental para a construção de uma rede ferroviária e, esta, um impacto sobre a formação dos mercados. Com o aumento da logística de transporte da produção, criou-se alguns centros urbanos, prova cabal do crescimento proporcional dos avanços tecnológicos.
    Uma reforma monetária buscou o saneamento econômico argentino, assim a obtenção de matéria prima mais em conta foi um diferencial do período. Altos e baixos, valorização e desvalorização do peso e da economia argentina deixaram o setor sócio econômico argentino abalado. Até a segunda guerra mundial, passando é claro pela primeira guerra, interferiu na importação dos produtos argentinos. Medidas econômicas foram tomadas no intuito de minimizar tal problema, mantendo assim, na medida do possível a estabilidade da economia argentina.
    Portanto, pode-se observar que a estruturação político econômico social da argentina, foi diretamente ligada a pecuária e a agricultura, tendo ainda como coadjuvantes outras formas de produção como a lã. Esta produção manteve o mercado comercial argentino aquecido e sempre em evolução, tanto no comercio externo como no interno. As inúmeras crises ocorridas na argentina, o crash de 1889 por exemplo, permitiram o amadurecimento político e econômico, assim como, a criação de novas  formas comercias.
    Outra questão bem discutida foi a questão da necessidade de terras e mão de obra. Este problema foi solucionado através de contratação de Mão de obra imigrante e uma reestruturação da produção o que permitiu uma expansão das terras. Estes mesmos imigrantes ajudaram no aumento da população, assim como, na implantação de novas técnicas de trabalho, contribuindo desta forma para uma mescla na forma de produção.
    Por mais que a Argentina tenha passado por problemas econômicos, no período analisado, 1870 ate 1930, nota-se um grande empenho político para que o pais não caia em recessão, mesmo tendo ele passado por algumas. As questões salariais e de desvalorização da mão de obra, assim como, a divisão desproporcional dos lucros da produção foram amplamente discutidas e, de forma lamentável, não resolvidas pelo governo. Fica claro que desde sua estruturação sócio político econômica a argentina se manteve sempre em ascensão e se manteve firme quando em suas crises financeiras, localizando sempre um melhor método para “sobreviver” a turbulência. Sem dúvida o amadurecimento político e econômico proporcionou a Argentina um lugar de destaque nos países da América latina.    





sábado, 10 de dezembro de 2016

A Escola dos Annales

     

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    A chamada escola dos Annales é um movimento Historiográfico que se constitui em torno do periódico acadêmico francês denominado, "Annales d’Histoire Économique et Sociale", que surgiu na França e foi fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929. Ao longo da década de 1930, a revista se tornaria símbolo de uma nova corrente historiográfica identificada como Escola dos Annales. 
    A proposta inicial do periódico era se livrar de uma visão positivista da escrita da História que havia dominado o final do século XIX e início do XX. Sob esta visão, a História era relatada como uma crônica de acontecimentos, o novo modelo pretendia substituir as visões breves anteriores por análises de processos de longa duração com a finalidade de permitir maior e melhor compreensão das civilizações das “mentalidades”. 
    O novo movimento historiográfico foi muito impactante e renovador, colocando em questionamento a historiografia tradicional e apresentando novos e ricos elementos para o conhecimento das sociedades. Apresentava uma História bem mais vasta do que a que era praticada até então, apresentando todos os aspectos possíveis da vida humana ligada à análise das estruturas. Toda esta mudança possibilitou uma nova maneira de ver e analisar as fontes históricas.


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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Curiosidades: "Salvo pelo gongo"



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Ao longo dos séculos, a morte de um indivíduo era uma questão rodeada por algumas crenças e incertezas. Desde a Antiguidade, os surtos de catalepsia eram vistos como uma instigante doença. Afinal de contas, esse distúrbio tem a capacidade de deixar o indivíduo completamente afásico, porém, consciente. Muitas vezes, a vítima desta patologia acaba sendo dada como morta e enterrada antes que possa recuperar os sentidos. Muitas vezes, ao realizarem a exumação de um túmulo, percebia-se que a parte interna do caixão estava toda arranhada. Essa era uma clara e terrível evidência de que mais um cataléptico fora enterrado vivo. Visando resolver o problema, os britânicos passaram a amarrar uma corda ao pulso de seus mortos. Essa corda sairia do túmulo até alcançar um sino ou similar. Logo, se algum cataléptico fosse enterrado vivo, poderia ser literalmente “salvo pelo gongo”.



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