Após
a Independência de Cuba, em 1898, a Emenda Platt, passou a fazer parte da
constituição cubana de 1901, dando início à tutela político-econômica e militar
norte-americana sobre Cuba. Em 1903, foi concedida aos Estados Unidos, uma base
naval, numa área de 117 km² - a Baia de Guantánamo, localizada no sul da ilha.
Na década de 1950, a economia cubana baseava-se quase exclusivamente na
produção de açúcar, 35% eram controlados por capitais norte-americanos, que
também exerciam influência sobres as terras, o turismo, os cassinos e às
indústrias leves. Cerca de 80% de sua importação provinha dos Estados Unidos.
Em 1952, o
presidente Fulgêncio Batista, um ex-sargento, que havia governado a ilha antes,
assumiu o poder por meio de um golpe de Estado. Apoiado pelos norte-americanos,
Fulgêncio instalou um regime corrupto e violento. Em julho de 1953, sob a
liderança do advogado Fidel Castro, os setores democráticos, contra a
influência dos Estados Unidos sobre a ilha, e contra o governo de Fulgêncio,
lançaram-se em um ataque suicida contra o quartel de Moncada, em Santiago de
Cuba. Derrotada a ação revolucionária, levou Fidel para a prisão, de onde saiu,
depois de dois anos, para se exilar no México.
Fidel Castro, exilado no México,
organizou um grupo de guerrilheiros denominado, "Movimento Revolucionário 26 de julho", com o apoio do
revolucionário Ernesto “Che” Guevara. Em 1956 desembarcaram em Cuba, a bordo do
iate Granma. Depois do primeiro combate, com as tropas do governo, os
sobreviventes se embrenharam nas selvas de Sierra Mestra, onde o grupo cresceu
rapidamente, com o apoio dos camponeses. As ideias de Fidel Castro, até então,
eram as de democrata nacionalista de formação liberal. Em 1958, percebendo que
a ditadura de Fulgâncio Batista estava para ruir, e convencidos de que era
possível manipular a liderança da revolução, os Estados Unidos suspenderam seu
apoio militar ao governo cubano. No dia 1º de janeiro de 1959, após sucessivas
vitórias e a ocupação de várias cidades, e povoados, Guevara e Camilo
Cienfuengos ocupa Havana. Fulgêncio Batista foge de avião para a República
Dominicana. Fidel chega à capital, no dia 8 de janeiro, sendo recebido com
grande manifestação popular e estabelecendo, assim, um novo governo.
Entre
outras propostas, o novo governo defendia a realização de uma ampla reforma
agrária e o controle governamental sob as indústrias do país. Obviamente, tais
proposições contrariavam diretamente os interesses dos EUA, que respondeu aos
projetos cubanos com a suspensão das importações do açúcar cubano. Dessa forma,
o governo de Fidel acabou se aproximando do bloco soviético para que pudesse
dar sustentação ao novo poder instalado.
A
aproximação com o bloco socialista rendeu novas retaliações dos EUA que, sob o
governo de John Kennedy, rompeu as ligações diplomáticas com o país. A ação
tomada no início de 1961 foi logo seguida por uma tentativa de contra golpe, no
qual um grupo reacionário treinado pelos EUA tentou instalar - sem sucesso -
uma guerra civil que marcou a chamada invasão da Baía dos Porcos. Após o
incidente, o governo Fidel Castro reafirmou os laços com a URSS ao definir Cuba
como uma nação socialista.
Para que a nova configuração política cubana
não servisse de exemplo para outras nações latino-americanas, os EUA criaram um
pacote de ajuda econômica conhecido como: “Aliança para o Progresso”. Em 1962,
a União Soviética tentou transformar a ilha em um importante ponto estratégico
com uma suposta instalação de mísseis apontados para o território
estadunidense. A chamada “crise dos mísseis” marcou mais um ponto da Guerra
Fria e, ao mesmo tempo, provocou o isolamento do bloco capitalista contra a
ilha socialista.
Com isso, o governo cubano acabou
aprofundando sua dependência com as nações socialistas e, durante muito tempo,
sustentou sua economia por meio dos auxílios e vantajosos acordos firmados com
a União Soviética. Nesse período, bem-sucedidos projetos na educação e na saúde
estabeleceram uma sensível melhoria na qualidade de vida da população.
Entretanto, a partir da década de 1990, a queda do bloco socialista exigiu a
reformulação da política econômica do país.
Até hoje os
ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que
mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de
Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente
Cuba, em fevereiro de 2008. No mesmo
ano, com a saída do presidente Fidel Castro do governo e a eleição do
presidente Barack Obama, vários analistas políticos passaram a enxergar uma
possível aproximação entre Cuba e os Estados Unidos da América. Em meio a tantas
especulações, podemos afirmar que vários indícios levam a crer na escrita de
uma nova página na história da ilha que, durante décadas, representou o ideal
socialista no continente americano.
No dia 17 de dezembro de 2014, os EUA e Cuba tornaram públicas suas
intenções de reaproximação diplomática. O anúncio desse começo de
abertura de relações políticas entre os dois países veio acompanhado de
negociações para libertação do americano Alan Gross, em Cuba, bem como a
libertação de três cubanos na Flórida, acusados de espionagem. Tanto o
líder cubano, Raul Castro, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursaram sobre o fato da libertação desses indivíduos e assinalaram
a perspectiva de uma nova fase entre os dois países.
No
dia 26 de novembro de 2016, a "Revolução Cubana" parece ter chegado
ao fim. Isso devido a morte do seu eterno líder Fidel Castro. O falecimento foi
noticiado por todos os canais de mídia do planeta. A partir de agora, só a
história e o tempo irão nos mostrar qual caminho Cuba seguirá, contudo, os
ultimos acontecimentos políticos e econômicos que envolvem Cuba e EUA deixam uma
pista do que esperar.