quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Cuba: da Revolução de 1959 até a morte de Fidel Castro



   
   Após a Independência de Cuba, em 1898, a Emenda Platt, passou a fazer parte da constituição cubana de 1901, dando início à tutela político-econômica e militar norte-americana sobre Cuba. Em 1903, foi concedida aos Estados Unidos, uma base naval, numa área de 117 km² - a Baia de Guantánamo, localizada no sul da ilha. Na década de 1950, a economia cubana baseava-se quase exclusivamente na produção de açúcar, 35% eram controlados por capitais norte-americanos, que também exerciam influência sobres as terras, o turismo, os cassinos e às indústrias leves. Cerca de 80% de sua importação provinha dos Estados Unidos.
  Em 1952, o presidente Fulgêncio Batista, um ex-sargento, que havia governado a ilha antes, assumiu o poder por meio de um golpe de Estado. Apoiado pelos norte-americanos, Fulgêncio instalou um regime corrupto e violento. Em julho de 1953, sob a liderança do advogado Fidel Castro, os setores democráticos, contra a influência dos Estados Unidos sobre a ilha, e contra o governo de Fulgêncio, lançaram-se em um ataque suicida contra o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba. Derrotada a ação revolucionária, levou Fidel para a prisão, de onde saiu, depois de dois anos, para se exilar no México.
  Fidel Castro, exilado no México, organizou um grupo de guerrilheiros denominado, "Movimento Revolucionário 26 de julho", com o apoio do revolucionário Ernesto “Che” Guevara. Em 1956 desembarcaram em Cuba, a bordo do iate Granma. Depois do primeiro combate, com as tropas do governo, os sobreviventes se embrenharam nas selvas de Sierra Mestra, onde o grupo cresceu rapidamente, com o apoio dos camponeses. As ideias de Fidel Castro, até então, eram as de democrata nacionalista de formação liberal. Em 1958, percebendo que a ditadura de Fulgâncio Batista estava para ruir, e convencidos de que era possível manipular a liderança da revolução, os Estados Unidos suspenderam seu apoio militar ao governo cubano. No dia 1º de janeiro de 1959, após sucessivas vitórias e a ocupação de várias cidades, e povoados, Guevara e Camilo Cienfuengos ocupa Havana. Fulgêncio Batista foge de avião para a República Dominicana. Fidel chega à capital, no dia 8 de janeiro, sendo recebido com grande manifestação popular e estabelecendo, assim, um novo governo.
  Entre outras propostas, o novo governo defendia a realização de uma ampla reforma agrária e o controle governamental sob as indústrias do país. Obviamente, tais proposições contrariavam diretamente os interesses dos EUA, que respondeu aos projetos cubanos com a suspensão das importações do açúcar cubano. Dessa forma, o governo de Fidel acabou se aproximando do bloco soviético para que pudesse dar sustentação ao novo poder instalado.
 A aproximação com o bloco socialista rendeu novas retaliações dos EUA que, sob o governo de John Kennedy, rompeu as ligações diplomáticas com o país. A ação tomada no início de 1961 foi logo seguida por uma tentativa de contra golpe, no qual um grupo reacionário treinado pelos EUA tentou instalar - sem sucesso - uma guerra civil que marcou a chamada invasão da Baía dos Porcos. Após o incidente, o governo Fidel Castro reafirmou os laços com a URSS ao definir Cuba como uma nação socialista.
  Para que a nova configuração política cubana não servisse de exemplo para outras nações latino-americanas, os EUA criaram um pacote de ajuda econômica conhecido como: “Aliança para o Progresso”. Em 1962, a União Soviética tentou transformar a ilha em um importante ponto estratégico com uma suposta instalação de mísseis apontados para o território estadunidense. A chamada “crise dos mísseis” marcou mais um ponto da Guerra Fria e, ao mesmo tempo, provocou o isolamento do bloco capitalista contra a ilha socialista.
 Com isso, o governo cubano acabou aprofundando sua dependência com as nações socialistas e, durante muito tempo, sustentou sua economia por meio dos auxílios e vantajosos acordos firmados com a União Soviética. Nesse período, bem-sucedidos projetos na educação e na saúde estabeleceram uma sensível melhoria na qualidade de vida da população. Entretanto, a partir da década de 1990, a queda do bloco socialista exigiu a reformulação da política econômica do país.
   Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente Cuba, em fevereiro de 2008. No mesmo ano, com a saída do presidente Fidel Castro do governo e a eleição do presidente Barack Obama, vários analistas políticos passaram a enxergar uma possível aproximação entre Cuba e os Estados Unidos da América. Em meio a tantas especulações, podemos afirmar que vários indícios levam a crer na escrita de uma nova página na história da ilha que, durante décadas, representou o ideal socialista no continente americano.
  No dia 17 de dezembro de 2014, os EUA e Cuba tornaram públicas suas intenções de reaproximação diplomática. O anúncio desse começo de abertura de relações políticas entre os dois países veio acompanhado de negociações para libertação do americano Alan Gross, em Cuba, bem como a libertação de três cubanos na Flórida, acusados de espionagem. Tanto o líder cubano, Raul Castro, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursaram sobre o fato da libertação desses indivíduos e assinalaram a perspectiva de uma nova fase entre os dois países. 
  No dia 26 de novembro de 2016, a "Revolução Cubana" parece ter chegado ao fim. Isso devido a morte do seu eterno líder Fidel Castro. O falecimento foi noticiado por todos os canais de mídia do planeta. A partir de agora, só a história e o tempo irão nos mostrar qual caminho Cuba seguirá, contudo, os ultimos acontecimentos políticos e econômicos que envolvem Cuba e EUA deixam uma pista do que esperar.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Mesopotâmia - Os Sumérios




No decorrer da história mesopotâmica, os sumérios são considerados como a primeira civilização a ocupar os territórios entre os rios Tigre e Eufrates. No quarto milênio antes de Cristo, as primeiras populações sumerianas teriam se deslocado do planalto do Irã até se fixarem na região da Caldeia, que compreende a Baixa e a Média Mesopotâmia. Provavelmente, Quish foi a primeira cidade fundada e logo foi seguida pelo surgimento de cidades como Eridu, Nipur, Ur, Uruk e Lagash.

Do ponto de vista político, as cidades sumerianas eram completamente independentes entre si. Em cada uma delas, um sacerdote contava com o auxilio de um grupo de anciãos para que as principais decisões políticas fossem afixadas. Contudo, em certo momento, vemos que essa configuração passa a ser substituída por um modelo mais centralizador. O patesi assume a condição de monarca da cidade-Estado e transmite os poderes de seu cargo para um herdeiro, formando uma dinastia.

Uma das mais significativas contribuições dos sumerianos está ligada ao desenvolvimento da chamada escrita cuneiforme. Neste sistema, observamos a impressão dos caracteres sobre uma base de argila que era exposta ao sol e, logo depois, endurecida com sua exposição ao fogo. De fato, essa civilização mesopotâmica produziu uma extensa atividade literária que contou com a criação de poemas, códigos de leis, fábulas, mitos e outras narrativas.

A ausência de união política entre os sumerianos pode ser percebida na existência de vários conflitos entre as cidades que ocupavam o território. Aproveitando das constantes guerras entre as cidades de Lagash e Ur, os semitas se instalaram na Mesopotâmia e organizaram uma robusta civilização em torno da cidade de Acad. Por volta de 2350 a.C., os acadianos conquistam as regiões sumerianas e, assim, constituíram o Império Acádio, o primeiro grande Estado mesopotâmico.