Você imagina quantas coisas já aconteceram no dia do Natal?! Assista, você irá se surpreender.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Histórias de Natal!
O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração.
A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o “renascimento” do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, o culto a Mitra chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.
Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. “O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes”, dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome (“Religiões de Roma”, sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.
As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia idéia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. “Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. “Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural”, afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.
Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá.
Outra contribuição do norte foi a idéia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.
Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período. Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta. Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.
O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.
Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d. C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele. A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.
A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o “renascimento” do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, o culto a Mitra chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.
Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. “O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes”, dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome (“Religiões de Roma”, sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.
As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia idéia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. “Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. “Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural”, afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.
Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá.
Outra contribuição do norte foi a idéia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.
Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período. Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta. Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.
O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.
Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d. C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele. A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
terça-feira, 6 de novembro de 2018
domingo, 4 de novembro de 2018
GABARITO EXTRAOFICIAL - PRIMEIRO DIA ENEM/2018 - CIÊNCIAS HUMANAS (PROVA AMARELA)
46 - A
47 - E
48 - E
49 - C
50 - D
51 - E
52 - C
53 - B
54 - E
55 - B
56 - D
57 - C
58 - A
59 - C
60 - D
61 - E
62 - D
63 - E
64 - E
65 - D
66 - B
67 - D
68 - D
69 - E
70 - B
71 - C
72 - E
73 - C
74 - D
75 - E
76 - C
77 - A
78 - A
79 - B
80 - E
81 - D
82 - B
83 - E
84 - B
85 - B
86 - E
87 - B
88 - E
89 - C
90 - C
Professores: Victor Pinheiro
Ricardo Martins
Professores: Victor Pinheiro
Ricardo Martins
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
segunda-feira, 11 de junho de 2018
Resenha: Menino 23 (documentário)
O documentário relata uma história “encontrada ao acaso” em uma sala de aula, onde uma aluna reconhece a suástica (adotada como um símbolo nazista) e diz que há tijolos na fazenda de sua família com aquele mesmo símbolo. A partir dai o historiador Sidney interessou-se e começou a pesquisar a fundo a história da fazenda Cruzeiro do Sul.
Em decorrência dos estudos do historiador foi descoberto que a fazenda pertencia a um dos integrantes da família Rocha Miranda, família essa importantíssima para AIB (ação integralista brasileira) que era um movimento político fascista. Os quatro citados no documentário são Octavio, Osvaldo, Sérgio e Renato Rocha Miranda, que eram netos do Barão do Bananal, um importante agropecuarista e político. Sérgio era o proprietário da fazenda Cruzeiro do Sul, ondem era confeccionados os tijolos com a suástica e nessa mesma fazenda os gados eram marcados com o mesmo símbolo.
Ao passo que os estudos eram aprofundados Sidney foi entendendo os movimentos / ações daquela família. Naquela região fora realizado supostamente um projeto educacional de inspiração eugênica. A eugenia aparece nessa época (Década 1920/ 30) como uma proposta cientifica, politica e cultural aceita; era uma pseudo ciência na qual estudava as condições mais propícias para a evolução da espécie. As teorias eugenistas eram inerentes à sociedade, e chegaram a fazer parte do texto da constituição brasileira de 1934, na qual definia como responsabilidade do Estado fomentar a educação eugênica, acreditava-se serem conhecimentos úteis e indispensáveis para a reprodução, conservação e melhoria da raça.
Como pilares do projeto, apresentavam a intenção de tirar da capital (até então o Rio de Janeiro) crianças negras, órfãs, pobres, na faixa etária dos dez anos para levá-los para trabalhar/estudar nas lavouras em outros estados. Medida completamente aceita pelo governo Vargas.
Osvaldo Rocha Miranda era o dono da fazenda Santa Albertina, destino de cinquenta meninos negros e órfãos vindos do Rio de Janeiro, mais especificamente do orfanato Educandário Romão de Mattos Duarte. Os meninos foram escolhidos pelo próprio Osvaldo numa visita ao orfanato, ele escolheu os negros mais fortes daquela faixa etária desejada.
O documentário traz como protagonista o Sr. Aloysio Silva, um dos meninos levados para a fazenda Santa Albertina. Ele era o menino 23, denominação dada pela altura dos meninos. Aloysio reporta as memórias daquele tempo com grande insatisfação e pesar, ele lembra bem de como tudo aconteceu e, para a sorte dos pesquisadores e para o historiador, Aloysio lembrava-se do nome de alguns dos companheiros, em especial do Sr. Agemiro que foi um grande companheiro durante aqueles anos. O contraste nas reações do Sr. Aloysio e do Sr. Agemiro quando remetem-se a infância vivida naquela fazenda exemplifica o abismo entre a felicidade e o riso que os foi capturado e a dor e a revolta que sentem até hoje.
Em 1941 Getúlio Vargas se alia ao Estados Unidos na 2° Guerra Mundial, por vários acordos comerciais e incentivos financeiros ( a CSN é um dos exemplos). Com a aliança com o EUA o Brasil entra na guerra para o combate ao nazismo mas tinha um movimento similiar em seu território, a AIB.
Essa decisão afetou diretamente os meninos da fazenda, com a declaração de guerra ao Eixo todas as referencias nazifascistas em especial a AIB começaram a ganhar uma roupagem de crime. Rapidamente tentaram apagar todas as memórias matérias. Tendo em vista que estavam ocorrendo inúmeras prisões no Brasil por conta desse envolvimento ideológico, apoiado ate instantes antes.
O Brasil durante a Era Vargas, antes da aliança com os EUA teve pilares nazifascistas, como acordos econômicos com a Alemanha e o 2° maior partido nazista fora da Alemanha.
O período demarcado pelo documentário (Déc. 1920/1930) é o período mais racista da nossa história. Há mais de 40 anos após a abolição da escravatura no país. Abolição essa que não ofereceu aos negros nenhuma política de reinserção social a essa população, atenuando então os “efeitos colaterais” da escravatura. Assim como aconteceu quando os meninos foram “libertos” da fazenda.
A subjugação do negro é um desses “efeitos” e está impregnada em todos os segmentos da sociedade, e em conjunto com a ideia retrógrada de supremacia racial culmina numa marginalização de uma determinada população, caracterizando-os supostamente á estarem disponíveis a qualquer tipo de exploração.
Créditos:
Aluna Myrian Lima
3° Ano - Centro Educacional Moderno
Link para o filme/documentário:
https://drive.google.com/file/d/1uR55l49__3yliUaSRqoRA2tgdWBT1i7G/view?usp=drivesdk
Link para o filme/documentário:
https://drive.google.com/file/d/1uR55l49__3yliUaSRqoRA2tgdWBT1i7G/view?usp=drivesdk
terça-feira, 1 de maio de 2018
quarta-feira, 25 de abril de 2018
A Revolução dos Cravos
A Revolução Dos Cravos foi o movimento que derrubou o regime salazarista em Portugal, e ocorreu no ano de 1974, de forma a estabelecer liberdades democráticas, com o intuito de promover transformações sociais no país.
Após o golpe militar de 1926, foi estabelecida uma ditadura no país. Em 1932, Antônio de Oliveira Salazar tornou-se o primeiro-ministro das finanças e ditador. Salazar instaurou então um regime inspirado no fascismo italiano, cujas liberdades de reunião, de organização e de expressão foram suprimidas com a Constituição de 1933. O movimento representou aos portugueses: democratização, descolonização e desenvolvimento. A revolta militar foi uma consequência dos 13 anos de guerra colonial, na qual os portugueses enfrentaram os movimentos de libertação nas suas colônias: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
No ano de 1968 o ditador sofreu um derrame cerebral, que resultou em sua substituição por seu ex-ministro Marcelo Caetano, que deu continuidade à sua política. No entanto, a decadência econômica que o país sofreu, em conjunto com o desgaste com a guerra colonial, provocou descontentamento na população e nas forças armadas, o que resultou na aparição de um movimento contra a ditadura.
No dia 25 de abril de 1974, explodiu a revolução. A senha para o início do movimento foi dada à meia-noite através de uma emissora de rádio, a senha era uma música proibida pela censura, “Grândula Vila Morena”, de Zeca Afonso. Os militares fizeram com que Marcelo Caetano fosse deposto. Ele acabou fugindo para o Brasil. A presidência de Portugal foi assumida pelo general António de Spínola. A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura de 48 anos, e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento, dando origem ao nome “Revolução dos Cravos”.
Como resultado, os partidos políticos, inclusive o Comunista, foram legalizados a Pide, polícia política do salazarismo, foi extinta. O novo regime colocou Portugal em agitação revolucionária. No entanto, Spínola fracassou em sua tentativa de controlar a força política e militar da esquerda e renunciou em setembro de 1974. O governo passou então a ser dominado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), fortemente influenciado pelo Partido Comunista. Nesse meio tempo, Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau obtiveram independência.
Em março do ano seguinte, 1975, depois de uma tentativa de golpe fracassada de Spínola, o governo passou a ser dominado pelos generais Costa Gomes, Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Gonçalves. Deu-se início a uma política de estatização de indústrias e bancos, seguida por ocupações de terras. O Partido Socialista, de Mário Soares, venceu as eleições para a Assembleia Constituinte no mês de abril, e em novembro do mesmo ano, o fracasso de uma tentativa de golpe de oficiais de extrema esquerda colocou fim ao período revolucionário.
Apesar disso, a Constituição portuguesa de 1976, ainda influenciada pelo MFA, proclama a irreversibilidade das nacionalizações e da reforma agrária.
sábado, 31 de março de 2018
Forte de São Sebastião - Ceará
No contexto da Dinastia Filipina (1580-1640), a expedição de Pedro Coelho de Sousa que fundara o Fortim de São Tiago da Nova Lisboa (1604, confirmara a presença francesa na região, o que conduziu a novas providências do governo no reino. Em 1611 foram criadas a capitania do Jaguaribe (ou do Ceará), a capitania do porto de Camocim e a capitania do Maranhão, território então ocupado pelos franceses. Nesse contexto, o então governador da Repartição do Brasil, D. Diogo de Meneses (1608-1613), incumbiu o Capitão-mor Martim Soares Moreno de, na costa da capitania do Ceará, fundar uma feitoria, guarnecer pontos estratégicos, fomentar o progresso econômico e a catequese dos gentios.
Ao alcançar o rio Ceará, foi informado da presença de um navio francês fundeado na foz, o qual atacou com as suas forças, logrando dominar a tripulação, que aprisionou, e assenhoreando-se da embarcação e de duas lanchas. O governador, informado, determinou que um pequeno efetivo de soldados (seis) e um sacerdote se deslocassem para o local onde, com o auxílio do chefe indígena Jacaúna, foi erguido, no mesmo lugar do antigo Fortim de São Tiago, uma nova povoação, e uma ermida sob a invocação de Nossa Senhora do Amparo (20 de janeiro de 1612).
Para a sua defesa, foi iniciado um fortim em faxina e terra, sob a invocação do Santo do dia, São Sebastião. Ficou conhecido como Forte de Nossa Senhora do Amparo. Sua planta apresentava o formato de um polígono quadrangular regular e, em vértices diametralmente opostos, dois baluartes também quadrangulares. No seu interior abrigava alojamento "capaz de 200 homens, soldados e moradores". Foi guarnecido por um Capitão, um Sargento e dezesseis homens, e artilhado com duas peças de ferro.
Apesar da precariedade de recursos materiais, esta fortificação repeliu os piratas franceses de Du Prat (sob a liderança do Padre Baltazar Correia, 1614).
Em 1616, quando em viagem marítima da costa do Maranhão para o Ceará, a embarcação em que Moreno viajava foi colhida por uma violenta tempestade, desviando-se da rota, indo aportar na ilha de São Domingos, nas Antilhas. De lá, a caminho da Europa, a embarcação foi atacada por corsários, sendo aprisionado e levado para a França, onde permaneceu por dez meses. Condenado à morte, obteve a liberdade graças a gestões diplomáticas da corte espanhola.
De volta a Portugal, em 1619 foi nomeado como primeiro capitão-mor do Ceará, como recompensa pelos serviços prestados. Neste período, a estrutura foi reconstruída (1619-1621) com pedras soltas ("pedra ensossa"), e suas muralhas elevadas para dez pés (c. 3,30 metros) de altura. Moreno tomou posse em 1621, tendo, pelo espaço de dez anos, consolidado e feito florescer a sua capitania. Nesse período, apaziguou dissenções entre a população, estimulou a agricultura e a pecuária. Repeliu naus neerlandesas em 1624, e, danificada, novamente em 1625.
Durante a segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654), em 1631 Moreno partiu para Pernambuco, onde se destacou nas lutas contra os neerlandeses, alcançando o título de mestre-de-campo, não tendo retornado ao Ceará. Naquele mesmo ano (1631), Domingos da Veiga, sobrinho de Martim Soares Moreno, tomou posse como novo capitão-mor da capitania do Ceará.
Neste período Bento Maciel Parente relatou à Coroa Ibérica que esta fortificação era em faxina e terra, estando artilhada com duas peças, e sugeriu o seu abandono, com o que esta concordou. Posteriormente, foi assaltada por uma força de quatrocentos soldados e duzentos indígenas, sob o comando do Major Joris Garstman e do Capitão Huss. Defendido por vinte e três homens sob o comando de Bartolomeu de Brito, artilhada com cinco peças de ferro (quatro de 4 e uma de 2 libras de bala), foi tomado de assalto a 25 de outubro de 1637.
terça-feira, 27 de março de 2018
A Revolução Haitiana
Em meio às conturbações que movimentavam a Revolução Francesa na Europa, uma pequena ilha-centro americana era responsável por um dos mais singulares processos de independência daquele continente. Sendo uma das mais ricas colônias da França na região, o Haiti era um grande exportador de açúcar, controlado por uma pequena elite de brancos proprietários de terra, responsáveis pela exploração da predominante mão-de-obra escrava do local.
Com o advento da revolução, membros da elite e escravos vislumbram a oportunidade de dar fim às exigências impostas pelo pacto colonial francês. Contudo, enquanto a elite buscava maior autonomia política para a expansão de seus interesses, os escravos de origem africana queriam uma grande execução dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade provenientes da França revolucionária. Em meio a tais contradições, o Haiti se preparava para o seu processo de independência.
Em 1791, uma mobilização composta por escravos, mulatos e ex-escravos se uniu com o objetivo de dar fim ao domínio exercido pela ínfima elite branca que controlava os poderes e instituições políticas do local. Sob a atuação do líder negro Toussaint Louverture, os escravos conseguiram tomar a colônia e extinguir a ordem vigente. Três anos mais tarde, quando a França esteve dominada pelas classes populares, o governo metropolitano decidiu acabar com a escravidão em todas as suas colônias.
A essa altura, a população de escravos haitiana já havia lavrado a sua liberdade. Contudo, as lutas responsáveis pela consolidação dessa nova realidade estariam longe de chegar ao seu fim. No ano de 1801, Louverture empreendeu uma nova mobilização que estendeu a liberdade para os escravos da região da ilha colonizada pelos espanhóis, que hoje corresponde à República Dominicana. Nesse período, Napoleão Bonaparte assumia a França e se mostrou contrário a perda desse importante domínio colonial.
No ano de 1803, Bonaparte enviou um grande exército que, sob o comando de Charles Leclerc, conseguiu deter Toussaint Louverture. Logo em seguida, o líder revolucionário acabou falecendo em uma prisão francesa. Apesar desse grande revés, os revolucionários haitianos contaram com a liderança de Jacques Dessalines para derrotar as forças do exército francês e, finalmente, proclamar a independência do Haiti. Logo em seguida, Dessalines foi alçado à condição de imperador do novo país.
Somente no ano de 1806, quando Dessalines foi traído e assassinado por Alexandre Pétion e Henri Christophe, o Haiti passou a adotar o regime republicano. O reconhecimento da independência daquele país só aconteceria no ano de 1825, quando o governo francês recebeu uma indenização de 150 milhões de francos. Depois disso, mesmo vivenciando diversos problemas, a notícia da independência no Haiti inspirou a revolta de escravos em diferentes regiões do continente americano.
Haitianismo: Foram os reflexos que ocorreram em todo o mundo após a Independecia do Haiti, que foi feita por escravos, sendo a única em toda a História, nesses moldes. Chegou a ter reflexos no Brasil, na Revolta dos Malês que ocorreu na Bahia, em que escravos buscaram a tomada do poder(uma espécie de independencia), promovendo a mudança na forma de tratamento aos escravos devido ao constante medo de uma revolução escrava no Brasil.
domingo, 18 de março de 2018
A Comuna de Paris
Logo após a Guerra Franco-Prussiana (1870), com a derrota francesa e a proclamação da Terceira República, em 1871, o burguês Adolphe Thiers havia assumido o poder na França, assinando rapidamente um acordo de paz com o chanceler prussiano, Bismarck.
A classe operária não concordou com o contrato firmado entre Thiers e Bismarck e revoltou-se contra o governo francês. Com o apoio da Guarda Nacional, a classe operária tomou o poder em Paris, em março de 1871. Dessa maneira, os revolucionários parisienses substituíram o governo republicano, assumiram o poder e instalaram a chamada Comuna de Paris.
A Comuna de Paris foi composta por noventa pessoas eleitas pelo voto universal masculino. Seus integrantes representavam diferentes vertentes socialistas, dentre elas o marxismo. Com a instalação da Comuna na França, pela primeira vez na história os trabalhadores tiveram acesso ao poder.
O movimento revolucionário, organizado pelos revoltosos durante o governo da Comuna de Paris, promoveu a separação entre o Estado e a Igreja (Estado laico). Além disso, a cidade de Paris foi administrada pelos funcionários, isto é, trabalhadores eram eleitos para o cargo e a organização das fábricas ficou sob responsabilidade dos operários. Portanto, a Comuna se caracterizou por ser um movimento autogestionário, ou seja, as administrações e as organizações eram realizadas pelos próprios trabalhadores, escolhidos por votação.
A ideia de instalar o governo de comunas autônomas em outras cidades do interior da França não logrou êxito, principalmente após a repressão que a Comuna recebeu do governo burguês de Thiers.
A Comuna de Paris durou cerca de dois meses. Em maio de 1871, tropas militares, sob o comando da burguesia que havia sido destituída do poder, massacram e mataram aproximadamente 20 mil pessoas (homens, mulheres e crianças), aprisionaram outras 38 mil e tomaram o poder dos revolucionários. Chegava ao fim, assim, a primeira experiência de governo da classe trabalhadora na história.
domingo, 4 de março de 2018
A Revolução Americana (Independência dos Estados Unidos da América)
No século XVIII, observamos o processo de crise das monarquias absolutistas, sinalizando o fim de um período chamado pelos liberais de Antigo Regime. Combatendo os princípios religiosos, filosóficos e políticos que fundamentavam a definição de um poder centralizado e a manutenção de certas práticas feudais, as revoluções burguesas sinalizavam a criação de uma nova forma de poder estabelecido.
De acordo com a historiografia, a primeira experiência revolucionária a defender as ideias iluministas e reivindicar o fim da opressão monárquica, ocorreu no território das Treze Colônias inglesas. De posse da Coroa Britânica, as Treze Colônias desenvolveram certas peculiaridades econômicas, políticas e culturais. Sem contar com um modelo homogêneo de exploração colonial, os habitantes dessa região tinham uma relação diferente com sua metrópole.
Conhecida como “negligência salutar”, a liberdade concedida pelo governo britânico aos colonos norte-americanos foi responsável pelo florescimento de um espírito autônomo e a consolidação de diferentes formas de exploração do território. Ao sul, a economia baseada na plantation de exportação sustentada pelo trabalho escravo fazia contraste com as pequenas propriedades e as atividades comerciais empreendidas pelos colonos do norte.
Ao longo do século XVII, o envolvimento da Inglaterra em guerras pela Europa tornou-se um dos grandes fatores explicativos de toda liberdade política e econômica concedida às Treze Colônias. Entre os conflitos em que a Inglaterra se envolveu, a Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763) foi responsável pelo esvaziamento dos cofres públicos do país. Buscando sanar suas contas, a Inglaterra resolveu enrijecer suas relações com as colônias.
Em 1764, a chamada Lei do Açúcar obrigava os colonos a pagar uma taxa adicional sob qualquer carregamento de açúcar que não pertencesse às colônias britânicas. Com tal exigência, a autonomia econômica dos colonos começava a ser ameaçada. No ano seguinte, a Lei do Selo exigia a compra de um selo presente em todos os documentos que circulassem pelo território. Já em 1773, a Lei do Chá obrigava a colônia a consumir somente o chá oriundo das embarcações britânicas.
Inconformados com tais desmandos e inspirados pelos escritos dos pensadores John Locke e Thomas Paine – francos opositores da dominação colonial – os colonos norte-americanos começaram a se opor à presença britânica nas Treze Colônias. Em dezembro de 1773, organizaram uma revolta contra o monopólio do chá que ficou conhecida como Boston Tea Party. Intransigente aos protestos coloniais, a Inglaterra decidiu fechar o porto de Boston (local da revolta) e impor as chamadas Leis Intoleráveis.
No ano seguinte, reunidos no Primeiro Congresso da Filadélfia, os colonos redigiram um documento exigindo o fim das exigências metropolitanas. No Segundo Congresso da Filadélfia, ocorrido em 4 de julho de 1776, os colonos resolveram romper definitivamente com a Inglaterra, proclamando a sua Independência.
Não reconhecendo as resoluções do Congresso da Filadélfia, a Inglaterra entrou em conflito contras as 13 colônias. Esses confrontos marcaram a chamada Guerra de Independência das Treze colônias. Apoiados pelos franceses, inimigos históricos da Inglaterra, as Treze Colônias venceram a guerra, tendo sua independência reconhecida em 1783.
Adotando um sistema político republicano e federalista, os Estados Unidos promulgaram sua carta constitucional em 1787. Os ideais de liberdade e prosperidade defendidos pelos fundadores da república norte-americana não refletiam a situação dispares dos estados do Norte e do Sul. Tais diferenças acabaram por promover um conflito interno, que ficou conhecido como Guerra de Secessão.
Não reconhecendo as resoluções do Congresso da Filadélfia, a Inglaterra entrou em conflito contras as 13 colônias. Esses confrontos marcaram a chamada Guerra de Independência das Treze colônias. Apoiados pelos franceses, inimigos históricos da Inglaterra, as Treze Colônias venceram a guerra, tendo sua independência reconhecida em 1783.
Adotando um sistema político republicano e federalista, os Estados Unidos promulgaram sua carta constitucional em 1787. Os ideais de liberdade e prosperidade defendidos pelos fundadores da república norte-americana não refletiam a situação dispares dos estados do Norte e do Sul. Tais diferenças acabaram por promover um conflito interno, que ficou conhecido como Guerra de Secessão.
A Colonização Inglesa na América
A participação da Inglaterra na expansão marítima dos europeus para novas terras ocorreu posteriormente às empreitadas realizadas por Portugal e Espanha, que desde o século XV haviam se lançado às expedições no oceano Atlântico. Apesar da diferença temporal, a colonização inglesa na América do Norte foi importantíssima para o desenvolvimento econômico da Inglaterra e de suas colônias no norte do continente americano, conhecidas como as Treze Colônias.
A primeira tentativa de ocupação da América do Norte pelos ingleses ocorreu com Walter Raleigh, que organizou três expedições à região no fim do século XVI. Raleigh não conseguiu o sucesso esperado com as expedições, em virtude dos constantes ataques dos povos indígenas que habitavam o local. Mas por volta de 1607, Raleigh conseguiu constituir uma colônia na América do Norte: a Virgínia, nome dado em homenagem à rainha Elisabeth I, que era solteira.
A intensificação do processo colonizador se daria apenas na metade final do século XVII em decorrência das várias situações políticas e econômicas que ocorriam nas ilhas britânicas. Após a vitória sobre a Invencível Armada, esquadra do rei espanhol Felipe II, comerciantes ingleses em conjunto com o Estado passaram a formar companhias de comércio marítimo, destacando-se a Companhia das Índias Orientais, o que intensificou os contatos com as terras americanas. Outro estímulo da Coroa inglesa foi dado às ações de pirataria nas águas do Atlântico.
Um grande impulso a esse comércio foi conseguido com a aprovação, em 1651, dos Atos de Navegação, que estipulavam que poderiam desembarcar nos portos ingleses apenas as mercadorias dos navios britânicos ou da nacionalidade de origem das mercadorias.
Paralelo a essa situação econômica, havia as disputas políticas e as questões sociais na Inglaterra, principalmente em torno das sucessões dinásticas, das perseguições religiosas e do despovoamento dos campos.
Representação de Francis Drake, o pirata que virou nobre inglês ao receber o título de sir
Representação de Francis Drake, o pirata que virou nobre inglês ao receber o título de sir
A perseguição religiosa aos puritanos, os calvinistas ingleses, principalmente depois da criação do anglicanismo com Henrique VIII, levou-os a se deslocarem para a América. O objetivo era criar espaços de vivência onde podiam exercer livremente seus preceitos religiosos. A primeira expedição de puritanos para a América do Norte ocorreu em 1620, quando o navio Mayflower atracou onde hoje se localiza o estado de Massachusetts. Nessa região, os puritanos criaram o primeiro núcleo de colonização, conhecido como Plymouth.
Além das disputas políticas e religiosas, que em períodos diferentes levaram anglicanos e puritanos à América, houve também a expulsão de grande parte da população camponesa dos campos, principalmente com os Cercamentos. Esse processo de cercamento de terras por grandes proprietários gerou um inchaço populacional urbano, contribuindo para que parte da população emigrasse para a América do Norte.
A religião puritana contribuiu para a colonização inglesa, no sentido de que a religião preconizava que através do trabalho se poderia alcançar a graça e a salvação divina. Os preceitos religiosos serviram para consolidar uma ética do trabalho, contribuindo para a prosperidade dos colonos e também conformando um rígido código de conduta social.
Essa situação verificou-se mais na região norte das Treze Colônias, que ficou conhecida como Nova Inglaterra. Faziam parte da Nova Inglaterra as colônias de Massachusetts, Connecticut, Rhode Island e New Hampshire. Com clima temperado, semelhante ao que existia na Inglaterra, desenvolveram-se atividades econômicas ligadas à pesca, à pecuária, a atividades comerciais e à produção manufatureira. Em virtude da maioria de puritanos na região, a intolerância religiosa também marcou a forma de organização social da região.
Ao contrário dessa intolerância religiosa da Nova Inglaterra, as colônias centrais, Nova Iorque, Delaware, Pensilvânia e Nova Jersey mostraram-se mais abertas à vinda de grupos sociais de distintas crenças. Além disso, destacou-se na colonização dessas áreas a presença de holandeses, suecos, escoceses e de outros povos europeus. No aspecto econômico, as colônias centrais aproximavam-se de suas vizinhas do norte, ganhando destaque a formação de um importante centro comercial na cidade da Filadélfia.
Essas duas regiões conheceram o desenvolvimento de uma economia autônoma da metrópole, mercantil e manufatureira. Uma característica distinta das colônias do Sul.
Região formada pelas colônias da Virgínia, Maryland, Carolina do Norte e Geórgia, o Sul das Treze Colônias era marcado pela produção agrícola em sistema de plantation: monocultura trabalhada por mão de obra escrava, em grandes propriedades e destinadas à venda no mercado europeu. Existia nessa região uma lógica de povoamento distinta, em face do trabalho escravo e da produção agrícola de tabaco, algodão, arroz e do índigo (anil) para a Europa.
Apesar das diferenças, o que unia essas colônias, além da origem comum da maioria da população, foi a política de extermínio realizada contra os povos indígenas da região. Apaches, sioux, comanches, cheyennes, iroqueses e esquimós foram exterminados e expulsos de suas terras pelos colonizadores europeus.
Estátua de Massasoit, um dos chefes dos Wampanoags. As populações indígenas foram exterminadas durante a colonização inglesa
Estátua de Massasoit, um dos chefes dos Wampanoags. As populações indígenas foram exterminadas durante a colonização inglesa
Havia ainda a dependência da metrópole inglesa. Porém, essa dependência era muito diferente da verificada nas colônias portuguesas e espanholas. Os embates políticos na metrópole inglesa dificultavam um controle maior sobre as colônias americanas.
Porém, a partir do século XVIII, quando o desenvolvimento econômico capitalista e a estabilidade política foram alcançados na Inglaterra, a monarquia parlamentar buscou delinear uma nova política colonial de ampliação da restrição econômica e de aumento da tributação sobre os colonos. Estes seriam os principais motivos para as lutas de independência, que se iniciaram em 1776.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
Cuba: da Revolução de 1959 até a morte de Fidel Castro
Após
a Independência de Cuba, em 1898, a Emenda Platt, passou a fazer parte da
constituição cubana de 1901, dando início à tutela político-econômica e militar
norte-americana sobre Cuba. Em 1903, foi concedida aos Estados Unidos, uma base
naval, numa área de 117 km² - a Baia de Guantánamo, localizada no sul da ilha.
Na década de 1950, a economia cubana baseava-se quase exclusivamente na
produção de açúcar, 35% eram controlados por capitais norte-americanos, que
também exerciam influência sobres as terras, o turismo, os cassinos e às
indústrias leves. Cerca de 80% de sua importação provinha dos Estados Unidos.
Em 1952, o
presidente Fulgêncio Batista, um ex-sargento, que havia governado a ilha antes,
assumiu o poder por meio de um golpe de Estado. Apoiado pelos norte-americanos,
Fulgêncio instalou um regime corrupto e violento. Em julho de 1953, sob a
liderança do advogado Fidel Castro, os setores democráticos, contra a
influência dos Estados Unidos sobre a ilha, e contra o governo de Fulgêncio,
lançaram-se em um ataque suicida contra o quartel de Moncada, em Santiago de
Cuba. Derrotada a ação revolucionária, levou Fidel para a prisão, de onde saiu,
depois de dois anos, para se exilar no México.
Fidel Castro, exilado no México,
organizou um grupo de guerrilheiros denominado, "Movimento Revolucionário 26 de julho", com o apoio do
revolucionário Ernesto “Che” Guevara. Em 1956 desembarcaram em Cuba, a bordo do
iate Granma. Depois do primeiro combate, com as tropas do governo, os
sobreviventes se embrenharam nas selvas de Sierra Mestra, onde o grupo cresceu
rapidamente, com o apoio dos camponeses. As ideias de Fidel Castro, até então,
eram as de democrata nacionalista de formação liberal. Em 1958, percebendo que
a ditadura de Fulgâncio Batista estava para ruir, e convencidos de que era
possível manipular a liderança da revolução, os Estados Unidos suspenderam seu
apoio militar ao governo cubano. No dia 1º de janeiro de 1959, após sucessivas
vitórias e a ocupação de várias cidades, e povoados, Guevara e Camilo
Cienfuengos ocupa Havana. Fulgêncio Batista foge de avião para a República
Dominicana. Fidel chega à capital, no dia 8 de janeiro, sendo recebido com
grande manifestação popular e estabelecendo, assim, um novo governo.
Entre
outras propostas, o novo governo defendia a realização de uma ampla reforma
agrária e o controle governamental sob as indústrias do país. Obviamente, tais
proposições contrariavam diretamente os interesses dos EUA, que respondeu aos
projetos cubanos com a suspensão das importações do açúcar cubano. Dessa forma,
o governo de Fidel acabou se aproximando do bloco soviético para que pudesse
dar sustentação ao novo poder instalado.
A
aproximação com o bloco socialista rendeu novas retaliações dos EUA que, sob o
governo de John Kennedy, rompeu as ligações diplomáticas com o país. A ação
tomada no início de 1961 foi logo seguida por uma tentativa de contra golpe, no
qual um grupo reacionário treinado pelos EUA tentou instalar - sem sucesso -
uma guerra civil que marcou a chamada invasão da Baía dos Porcos. Após o
incidente, o governo Fidel Castro reafirmou os laços com a URSS ao definir Cuba
como uma nação socialista.
Para que a nova configuração política cubana
não servisse de exemplo para outras nações latino-americanas, os EUA criaram um
pacote de ajuda econômica conhecido como: “Aliança para o Progresso”. Em 1962,
a União Soviética tentou transformar a ilha em um importante ponto estratégico
com uma suposta instalação de mísseis apontados para o território
estadunidense. A chamada “crise dos mísseis” marcou mais um ponto da Guerra
Fria e, ao mesmo tempo, provocou o isolamento do bloco capitalista contra a
ilha socialista.
Com isso, o governo cubano acabou
aprofundando sua dependência com as nações socialistas e, durante muito tempo,
sustentou sua economia por meio dos auxílios e vantajosos acordos firmados com
a União Soviética. Nesse período, bem-sucedidos projetos na educação e na saúde
estabeleceram uma sensível melhoria na qualidade de vida da população.
Entretanto, a partir da década de 1990, a queda do bloco socialista exigiu a
reformulação da política econômica do país.
Até hoje os
ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que
mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de
Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente
Cuba, em fevereiro de 2008. No mesmo
ano, com a saída do presidente Fidel Castro do governo e a eleição do
presidente Barack Obama, vários analistas políticos passaram a enxergar uma
possível aproximação entre Cuba e os Estados Unidos da América. Em meio a tantas
especulações, podemos afirmar que vários indícios levam a crer na escrita de
uma nova página na história da ilha que, durante décadas, representou o ideal
socialista no continente americano.
No dia 17 de dezembro de 2014, os EUA e Cuba tornaram públicas suas
intenções de reaproximação diplomática. O anúncio desse começo de
abertura de relações políticas entre os dois países veio acompanhado de
negociações para libertação do americano Alan Gross, em Cuba, bem como a
libertação de três cubanos na Flórida, acusados de espionagem. Tanto o
líder cubano, Raul Castro, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursaram sobre o fato da libertação desses indivíduos e assinalaram
a perspectiva de uma nova fase entre os dois países.
No
dia 26 de novembro de 2016, a "Revolução Cubana" parece ter chegado
ao fim. Isso devido a morte do seu eterno líder Fidel Castro. O falecimento foi
noticiado por todos os canais de mídia do planeta. A partir de agora, só a
história e o tempo irão nos mostrar qual caminho Cuba seguirá, contudo, os
ultimos acontecimentos políticos e econômicos que envolvem Cuba e EUA deixam uma
pista do que esperar.
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
Mesopotâmia - Os Sumérios
No decorrer da história mesopotâmica, os sumérios são considerados como a primeira civilização a ocupar os territórios entre os rios Tigre e Eufrates. No quarto milênio antes de Cristo, as primeiras populações sumerianas teriam se deslocado do planalto do Irã até se fixarem na região da Caldeia, que compreende a Baixa e a Média Mesopotâmia. Provavelmente, Quish foi a primeira cidade fundada e logo foi seguida pelo surgimento de cidades como Eridu, Nipur, Ur, Uruk e Lagash.
Do ponto de vista político, as cidades sumerianas eram completamente independentes entre si. Em cada uma delas, um sacerdote contava com o auxilio de um grupo de anciãos para que as principais decisões políticas fossem afixadas. Contudo, em certo momento, vemos que essa configuração passa a ser substituída por um modelo mais centralizador. O patesi assume a condição de monarca da cidade-Estado e transmite os poderes de seu cargo para um herdeiro, formando uma dinastia.
Uma das mais significativas contribuições dos sumerianos está ligada ao desenvolvimento da chamada escrita cuneiforme. Neste sistema, observamos a impressão dos caracteres sobre uma base de argila que era exposta ao sol e, logo depois, endurecida com sua exposição ao fogo. De fato, essa civilização mesopotâmica produziu uma extensa atividade literária que contou com a criação de poemas, códigos de leis, fábulas, mitos e outras narrativas.
A ausência de união política entre os sumerianos pode ser percebida na existência de vários conflitos entre as cidades que ocupavam o território. Aproveitando das constantes guerras entre as cidades de Lagash e Ur, os semitas se instalaram na Mesopotâmia e organizaram uma robusta civilização em torno da cidade de Acad. Por volta de 2350 a.C., os acadianos conquistam as regiões sumerianas e, assim, constituíram o Império Acádio, o primeiro grande Estado mesopotâmico.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Rússia - Um breve Histórico
Se você tem curiosidade de conhecer a história da Rússia, esse é o momento!
Assinar:
Postagens (Atom)