segunda-feira, 27 de março de 2017

Os Protestos de Maio de 1968

  


    O movimento de maio de 1968, na França, tornou-se ícone de uma época aonde a renovação dos valores veio acompanhada pela proeminente força de uma cultura jovem. A liberação sexual, a Guerra no Vietnã, os movimentos pela ampliação dos direitos civis compunham toda a pólvora de um barril construído pela fala dos jovens estudantes da época. Mais do que iniciar algum tipo de tendência, o Maio de 68 pode ser visto como desdobramento de toda uma série de questões já propostas pela revisão dos costumes feita por lutas políticas, obras filosóficas e a euforia juvenil.
     No dia 2 de maio de 1968, estudantes franceses da Universidade de Nanterre fizeram um protesto contra a divisão dos dormitórios entre homens e mulheres. Na verdade, esse simples motivo vinha arraigado de uma nova geração que reivindicava o fim de posturas conservadoras. Aproveitando do incidente, outros universitários franceses e grupos político partidários resolveram engrossar fileiras dos protestos contra os problemas vividos na França. Com a cobertura televisiva, o episódio francês ficava conhecido pelo mundo.
     Em pouco tempo, o contorno das questões que motivavam o protesto ganhavam contornos mais amplos e delicados. Os estudantes passaram a exigir a renúncia do presidente Charles de Gaulle, considerado um conservador, e a convocação de eleições gerais eram as novas propostas dos manifestantes. A partir daí a cidade de Paris transformou-se em palco de confrontos entre policiais armados e manifestantes protegidos em barricadas. Desprovidos de igual força bélica, os revoltosos atiravam pedras e coquetéis molotov contra os policiais.
      No dia 18, os trabalhadores protagonizaram uma greve geral de proporções alarmantes. Mais de 10 milhões de trabalhadores cruzaram os braços exigindo melhores condições de trabalho. Acuado pela proporção dos episódios, o presidente Charles de Gaulle se refugiou em uma base militar alemã, concedeu um abono de 35% ao salário mínimo e convocou novas eleições legislativas. Dessa forma, os trabalhadores esvaziaram os espaços de manifestação e voltaram a ocupar seus postos de trabalho.
     Nas eleições convocadas pelo governo francês, os políticos vinculados à figura de Gaulle conseguiram expressiva vitória. O presidente saiu do episódio como uma figura capaz de contornar os problemas enfrentados pela sociedade da época. Em pouco tempo os protestos estudantis se esgotaram e sobraram somente os slogans que pregavam "Sejam realistas, exijam o impossível.", "Parem o mundo, eu quero descer." e "É proibido proibir.".
     Mesmo sem alcançar algum tipo de conquista objetiva, o movimento de Maio de 68 indicou uma mudança de comportamentos. As artes, a filosofia e as relações afetivas seriam o espaço de ação de um mundo marcado por mudanças. Não podemos bem ao certo julgar esse episódio como imaturo ou precipitado. Muito menos sabemos limitar precisamente o quanto o mundo modificou a partir de então. No entanto, podemos refletir qual o lugar que a rebeldia e vigor das idéias ocupam em uma sociedade sistematicamente taxada de consumista e individualista.


segunda-feira, 20 de março de 2017

A Primeira Guerra Mundial

     A Primeira Grande Guerra é um tema muito apreciado por todos que estudam História. No intuito de aprimorar o conhecimento da temática em questão, publicamos um documentário, de 50 minutos, que explica detalhadamente todo o processo dos antecedentes até o pós guerra. 




segunda-feira, 13 de março de 2017

O Império Brasileiro

     


    O Período Imperial no Brasil começou em 1822, com a proclamação da independência por Dom Pedro I, e estendeu-se até 1889, com a instalação da república no país. A fase inicial do Império Brasileiro, o Primeiro Reinado, vai da posse de Dom pedro I até a abdicação do imperador, em 1831. Foram anos marcados pela instabilidade política, com embates entre a elite liberal e o imperador, e econômica, causada pela concorrência externa e  pela má administração. Nesse período, o Brasil ganhou sua primeira Constituição, em 1824.
     Com a abdicação de Dom Pedro I, em 1831, o Brasil passou a ser governado por regentes: líderes políticos que agiam em nome do herdeiro da coroa, Dom Pedro II, impossibilitado de tomar posse por ser menor de idade. Nessa Época, o país viveu grande agitação social e política, com várias rebeliões que quase o fragmentaram. Entre as questões discutidas estavam a unidade territorial do Brasil e a centralização do poder. As regências se estenderam até 1840, quando, aos 14 anos, Dom Pedro II adquiriu antecipadamente a maioridade e assumiu o trono.
     O golpe da maioridade deu início ao Segundo Reinado, que terminou com a proclamação da República, em 1889. Sob liderança de Dom Pedro II, a política interna manteve-se relativamente tranquila, mas o país se envolveu em conflitos com nações vizinhas, como o Paraguai. A economia foi impulsionada pelo café, que provocou mudanças que contribuíram para a queda da monarquia: a substituição da mão de obra escrava pela a assalariada, a vinda de imigrantes europeus e um surto de desenvolvimento industrial.
     A proclamação da república selou o fim do Império. A mudança de regime foi fruto, sobretudo, da ruptura das relações do governo imperial com setores que o sustentavam: a Igreja (com a questão religiosa); o Exército (com a questão militar); e a aristocracia escravista (com a abolição da escravidão).   

quarta-feira, 8 de março de 2017

A História do Dia Internacional da Mulher

   



   As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento. Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período. 

   O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.

   Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações. 

   Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - em um protesto conhecido como "Pão e Paz" - que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.
   Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
   "O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países", explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinas (Unicamp).
   No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Curiosidades: O que é um Aiatolá?




Aiatolá é um alto título na hierarquia religiosa entre os muçulmanos xiitas. No islamismo xiita, a figura do aiatolá é considerada como a de maior importância, pois representa o máximo de conhecimento religioso dentro da doutrina islâmica.
No Irã, os aiatolás têm o poder de controlar a legislação do país, com o intuito de garantir que as leis estejam de acordo com o Sharia (lei islâmica). O aiatolá também controla as eleições, o sistema judiciário e as forças de segurança do Irã, garantindo que haja o cumprimento das regras islâmicas de conduta moral. Mesmo o Irã sendo considerado uma república, onde há a eleição de um presidente e a presença de um parlamento, na prática, o país é dominado pela figura do aiatolá.
Para que determinada pessoa se torne um aiatolá, esta precisa ser diretamente nomeada por outro aiatolá, que reconhece as características necessárias para que possa ser merecedor deste título. Além de possuir discernimento e conhecimentos profundos sobre a filosofia da doutrina islâmica xiita, para se tornar aiatolá a pessoa deve ser também tida como uma descendente direta do profeta Maomé. 
Assim sendo, não possui uma votação para a escolha deste líder religioso, sendo necessária apenas a sua nomeação ou indicação por outro aiatolá ou Xeque – título atribuído ao estudioso do sharia. Esta palavra se originou a partir do árabe ayatollah, que significa literalmente “sinal de Alá na Terra”. Ou seja, segundo os princípios do islamismo xiita, o aiatolá seria um sinal de Deus entre os mortais, alguém com discernimento religioso que orienta o ser humano na sua caminhada. Para a doutrina islâmica xiita, o mais importante aiatolá de todos foi Ruhollah Khumeine, líder espiritual da Revolução Iraniana, responsável por tomar o poder do país das mãos do Xá Mohammad Reza Pahlevi, e instaurar a República Islâmica do Irã, em 1979.